Os 20 livros mais polêmicos da história

Clássicos da literatura universal

Existem muitos motivos para que um livro se torne polêmico: contestação de valores morais de uma determinada época, crítica a sistemas políticos e instituições religiosas, ameaças a um padrão definido como normal pela sociedade ou um sistema de governo. Nesses casos os autores podem sofrer sérias restrições à sua liberdade de expressão. Por outro lado, a censura tende a despertar o interesse do grande público, alcançando um efeito oposto ao desejado originalmente. A seleção abaixo apresenta, em ordem cronológica, as obras que provocaram, de alguma forma, o pensamento dominante em algum momento da história.

Os 20 livros mais polêmicos da história
(01) O Príncipe (1532) 
       Nicolau Maquiavel (1469-1527) 

Um clássico de 500 anos da filosofia que inaugurou a ciência política moderna. Nicolau Maquiavel (1469-1527) com a sua visão talvez muito realista ou pessimista do cenário político de seu tempo resumiu neste "manual para soberanos" os princípios básicos para governar e manter principados, tendo dedicado esta obra em 1518 a Lourenço de Médici, depois do seu banimento da sociedade de Florença. Algumas passagens deste livro, polêmicas é claro, permaneceram ao longo do tempo como o retrato de uma época, ou seriam ainda hoje aplicáveis? Ler aqui a resenha completa no Mundo de K.
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(02) Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774) 
       Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)

Este romance epistolar é considerado o marco inicial do romantismo e teria provocado uma onda de suicídios na Europa atribuída à influência do personagem de Goethe, fenômeno que foi chamado na época de "efeito Werther". Sinopse da Editora: "Poucos livros tiveram a repercussão imediata que esse clássico conseguiu, certamente pela forma pungente, desabrida e catártica com que o protagonista evocado no título, Werther, figura da alta aristocracia germânica, destrincha o seu amor — na verdade, algo mais próximo à obsessão — que nutre pela bela Charlotte."
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(03) Os 120 Dias de Sodoma (1785) 
       Marquês de Sade (1740-1814)

Muitas das obras do Marquês de Sade, aristocrata francês e escritor libertino, foram escritas enquanto estava na Prisão da Bastilha, encarcerado diversas vezes, inclusive por Napoleão Bonaparte. No entanto, que homenagem maior poderia haver para um escritor do que ter o seu nome transformado em adjetivo e um termo médico, sadismo, que define a perversão sexual com o prazer na dor física ou moral do parceiro. Neste livro, um grupo de quatro homens ricos submete 46 vítimas, a maioria adolescentes de ambos os sexos, a todo tipo de abusos sexuais e torturas.
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Os 20 livros mais polêmicos da história
(04) Morro dos Ventos Uivantes (1847) 
       Emily Brontë (1818-1848)

Uma história de amor muito avançada para a Inglaterra do século XIX, onde a paixão impossível de Heathcliff por Catherine, devido aos preconceitos sociais, se transforma em violenta obsessão por vingança. O romance foi criticado porque não era comum para a época um protagonista com tantos desvios de caráter quanto Heathcliff. Emily Brontë não conheceu o sucesso de sua obra, publicada com o pseudônimo de Ellis Bell, tampouco conseguiu escrever outros livros porque morreu aos trinta anos de tuberculose, um ano após o lançamento de sua obra prima.
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(05) Madame Bovary (1856) 
       Gustave Flaubert (1821-1880)

Considerado pioneiro dentre os romances realistas, levou à criação do termo em psicologia "bovarismo", em referência às características psicológicas da protagonista da obra. Sinopse da Editora: "Obra fundamental de Gustave Flaubert. Trata-se de um raridade, mesmo em um clássico, um exercício meticuloso de escrita que igualmente desafiava as estruturas literárias e as convenções sociais. Não à toa, na época de lançamento o impacto foi duplo: um sucesso de público e a reação feroz do governo francês, que levou o autor a julgamento sob a acusação de imoralidade."
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(06) A Origem das Espécies (1859) 
        Charles Darwin (1809-1882)

Um livro que revolucionou a comunidade científica da época ao explicar a evolução e propor uma teoria por meio da seleção natural, ainda hoje criticada por crenças religiosas que defendem o criacionismo. Sinopse da Editora: "Publicada em 1859, A origem das espécies, do naturalista inglês Charles Darwin, mudou para sempre a maneira como os seres humanos compreendem si mesmos e o mundo à sua volta. Baseada no texto original, com tradução e apresentação do professor de filosofia da USP, Pedro Paulo Pimenta."
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(07) Ulysses (1918)
        James Joyce (1882-1941)

Um dos livros mais importantes e influentes da literatura do século XX, Ulysses do irlandês James Joyce, é baseado na Odisseia de Homero, mas ambientado em Dublin e narrando um dia na vida de Leopold Bloom, sua esposa Molly e seu amigo Stephen Dedalus. Este dia, 16 de junho de 1904, passou a ser comemorado mundialmente como o "Bloomsday" em homenagem ao protagonista Leopold Bloom e ao romance que criou o "fluxo de consciência", permanecendo moderno mesmo após 90 anos de sua criação. Ler aqui a resenha completa no Mundo de K.
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(08) Mein Kampf - Minha Luta (1925) 
        Adolf Hitler (1889-1945)

Livro que fundamenta a política nazista de Adolf Hitler de caráter antissemita, anticomunista, antimarxista, racista e nacionalista de extrema direita. A partir de 31/12/2015 entrou em domínio público, podendo ser editado e traduzido por qualquer editora, contudo ainda se questiona a validade de divulgação de uma obra de impacto tão negativo. No Brasil, a censura ou liberação ainda enfrenta disputas judiciais e não há consenso sobre este assunto. Uma obra importante para lembrar sempre os riscos do extremismo político e dos regimes totalitários.
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(09) O Amante de Lady Chatterley (1928) 
        D. H. Lawrence (1885-1930)

O livro causou escândalo, sendo censurado na Inglaterra até 1960. Sinopse da Editora: "Poucos meses depois de seu casamento, Constance Chatterley vê seu marido partir rumo à guerra. O homem que ela recebe de volta está paralisado da cintura para baixo, e eles se recolhem na vasta propriedade rural dos Chatterley. Inteiramente devotado à sua carreira literária, Clifford vai aos poucos se distanciando da mulher. Isolada, Constance encontra companhia no guarda-caças Oliver Mellors, um ex-soldado que resolveu viver no isolamento após sucessivos fracassos amorosos."
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(10) Admirável Mundo Novo (1931) 
        Aldous Huxley (1894-1963)

Na sociedade distópica imaginada por Aldous Huxley (1894-1963) no futuro, não existiriam casais nem a concepção por meio da gravidez. Os bebês seriam gerados e alimentados em incubadoras. Sinopse da Editora: "Uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras 'pai' e 'mãe' produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento."
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(11) Trópico de Câncer (1934) 
        Henry Miller (1891-1980)

Publicado originalmente em 1934, Trópico de Câncer ficou censurado nos Estados Unidos até 1961 sob a acusação de  obscenidade e pornografia. Sinopse da Editora: O livro traz um relato autobiográfico e idiossincrático de Miller, que chega a Paris após abandonar nos Estados Unidos um casamento arruinado e uma carreira estagnada. Mesmo sem um centavo no bolso, Henry Miller é apresentado à boemia francesa e redescobre seu próprio talento em dias e noites de liberdade e alegria sem fim. 
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(12) Nossa Senhora das Flores (1943) 
        Jean Genet (1910-1986)

O mais maldito dos autores malditos, o escritor, poeta e romancista francês Jean Genet elevou os marginais à categoria de heróis, transformando a "decadência em triunfo", principalmente neste livro que é o primeiro e o mais polêmico de toda a sua carreira. Passando sucessivamente, ao longo da vida, pelas etapas de ladrão, mendigo, prostituto e presidiário, Genet seria certamente condenado à prisão perpétua, por nove processos criminais, se não fosse um movimento de intelectuais franceses liderado por Jean Cocteau. Ler aqui a resenha completa no Mundo de K.
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Os 20 livros mais polêmicos da história(13) O Segundo Sexo (1949)
Simone de Beauvoir (1908-1986)

Escritora, intelectual, filósofa, ativista política e teórica social, a francesa Simone de Beauvoir foi uma grande defensora dos direitos da mulher e O Segundo Sexo é considerado um marco do movimento feminista. Segundo Simone: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado, que qualificam de feminino. Somente a mediação de outrem pode constituir um indivíduo como um Outro.” 
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(14) O Apanhador no Campo de Centeio (1951)
        J. D. Salinger (1919-2010)

O livro foi banido de algumas escolas norte-americanas por conter linguagem ofensiva, quando o verdadeiro motivo para a censura, se é que pode haver um motivo para isso, foi ter demonstrado a incoerência e o absurdo de uma sociedade doente. Outra curiosidade sobre o livro foi ter influenciado o assassino de John Lennon, segundo declarações do próprio em 1980. Não existe nenhuma passagem do romance que possa induzir a um ato violento como este, o que comprova o grau de demência do nosso mundo contemporâneo. Ler aqui a resenha completa no Mundo de K.
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Os 20 livros mais polêmicos da história
(15) Farenheit 451 (1953)
        Ray Bradbury (1920-2012)

Ray Bradbury (1920-2012) imaginou um terrível mundo no qual os livros são proibidos e queimados, o povo mantido alienado por meio de programas interativos transmitidos continuamente por gigantescas telas de TV, objetos de consumo desta estranha sociedade. Na verdade, o mais assustador neste romance é que a situação desta aparente ficção científica é muito similar ao nosso cotidiano atual, seja pela superficialidade dos reality shows ou vazio das redes sociais. Ler aqui a resenha completa no Mundo de K.
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Os 20 livros mais polêmicos da história
(16) Lolita (1955)
Vladimir Nabokov (1889-1977)

Um dos livros mais controversos na história da literatura e que marcou para sempre Vladimir Nabokov como o autor de Lolita, apesar dele ter escrito obras muito mais complexas e importantes. Um professor universitário de meia-idade, sob o pseudônimo Humbert Humbert, torna-se obcecado pela sua paixão doentia por Dolores Haze, de 12 anos, com quem se envolve sexualmente. Um enredo realmente explosivo em 1955 quando foi originalmente lançado em Paris. As adaptações para o cinema, principalmente a versão de 1962 de Stanley Kubrick, ajudaram no sucesso comercial alcançado pelo livro.
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Sylvia Plath (1932-1963)
(17) A Redoma de Vidro (1963) 
Sylvia Plath (1932-1963)

Um livro difícil, quase tão difícil quanto a própria Sylvia Plath e que foi publicado pela primeira vez em Londres, Janeiro de 1963, sob o pseudônimo de Victoria Lucas devido às dúvidas que a autora tinha sobe o seu valor literário e também pelos possíveis transtornos que seu único romance poderia causar à vida das pessoas com quem ela se relacionava já que se trata de uma obra francamente autobiográfica. Uma narrativa dolorosa e que descreve em detalhes o raciocínio de um ser humano em crise, mas ainda assim com uma racionalidade assustadora.  Ler aqui a resenha completa no Mundo de K.
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Os 20 livros mais polêmicos da história
(18) Versos Satânicos (1989)
        Salman Rushdie (1947- )

Rushdie ficou conhecido após a ameaça de morte por um decreto do aiatolá Khomeini em 1989, como punição por este romance. Sinopse da Editora: "Dois homens caem do céu para a terra, depois que terroristas explodem o avião em que viajavam. Ambos são indianos e atores. Ambos chegam incólumes ao solo da Inglaterra e se metamorfoseiam – um em diabo, outro em anjo. Muitas coisas opõem e associam os acidentados: um é apolíneo, o outro dionisíaco; um é apocalíptico, o outro integrado; um é apegado a sua origem, o outro está decidido a conquistar a nova nacionalidade."
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Os 20 livros mais polêmicos da história
(19) O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) 
José Saramago (1922-2010)


O livro apresenta uma ficção humanizada da vida de Jesus Cristo e alude a uma eventual relação com Maria Madalena. Considerado ofensivo à religião católica, provocou reações contra o autor em Portugal, fazendo com que José Saramago abandonasse a sua terra natal e passasse a residir na ilha de Lanzarote, Ilhas Canárias, onde permaneceu até a sua morte. Independente da visão religiosa, é uma das obras mais lindas da literatura em língua portuguesa e que justifica o Prêmio Nobel concedido ao autor em 1998.
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Os 20 livros mais polêmicos da história
(20) Deus, um Delírio (2006) 
Richard Dawkins (1941- )

Podemos discordar ou não de Richard Dawkins sobre a existência de Deus, mas não há como negar que o fanatismo religioso, de uma forma generalizada, tem provocado guerras, perseguições e conflitos armados ao longo da história. Não precisamos ir tão longe, até a época das Cruzadas por exemplo, porque ainda hoje, em pleno século XXI, as ações entre israelenses e palestinos, católicos e protestantes, ou os recentes atentados terroristas do Estado Islâmico têm sido exemplos do mau uso que a humanidade faz de suas crenças. Ler aqui a resenha completa no Mundo de K.

Comentários

sonia disse…
K,
lembrei de mandar a você um post do meu blog onde transcrevo as frases que minha mãe deixou nas primeiras folhas em branco do livro A CIDADELA, de Saint-Exupery. Ela era uma pessoa de alma extremamente sensível, como poderá verificar.
Um abraço,
Sônia

http://soniafs.blogspot.com/2013/06/a-cidadela.html
Alexandre Kovacs disse…
Todas as citações muito lindas na sua postagem, literatura e vida se confundindo. Memórias e sentimentos de uma leitora, preservadas nas páginas do livro, uma leitora que será sempre lembrada pela filha, emocionante mesmo. Grande Abraço, Kovacs

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