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Mostrando postagens de dezembro, 2007

Meu Nome é Vermelho - Orhan Pamuk

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Orhan Pamuk - Meu Nome é Vermelho - Editora Companhia das Letras - 534 páginas - Publicação 2004 - Tradução de Eduardo Brandão com base na versão francesa. Fiquei conhecendo o trabalho de Orhan Pamuk, ganhador do Nobel de Literatura 2006, através do romance " Neve " que foi mundialmente divulgado e discutido devido ao caráter político do choque entre radicalismo islâmico e influências da cultura ocidental na Turquia moderna. Na ocasião, o refinamento estético da narrativa de Pamuk me deixou surpreendido, mas com este "Meu Nome é Vermelho", lançado originalmente em 1998, encontrei não apenas o rigor artesanal no texto, mas também um nível de experimentalismo narrativo raramente visto na literatura moderna. A cidade de Istambul, centro do Império Otamano no final do século XVI, é o cenário de "Meu Nome é Vermelho" e a preparação de um livro representando o poder e riqueza do Império em comemoração ao primeiro milênio da Hégira é o fato desencad...

Inventário de Sonhos - parte IV - Kurt Cobain

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No início dos anos noventa, parecia que a época dos heróis na cena do Rock já havia se esgotado há muito tempo. O sistema americano e a mídia haviam digerido e reciclado para consumo toda a contracultura e contestação dos anos sessenta. Foi quando surgiu um movimento musical alternativo criado por algumas bandas da área de Seattle (terra natal de Jimi Hendrix) c omo Pearl Jam , Alice in Chains e Nirvana . Kurt Cobain (1967-1994) e Krist Novoselic, colegas de escola, formaram o Nirvana em 1987, mas a banda estourou mesmo em 1991, após a entrada de Dave Grohl na bateria (atual "Foo Fighters") com o álbum " Nevermind " e o sucesso hipnotizante que marcou o som de Seattle: " Smells Like Teen Spirit ". Kurt encontrou a maturidade como compositor somente no próximo álbum de 1993: " In Utero " que inclui os clássicos " Heart-Shaped Box " e " All Apologies ". O segredo do sucesso do Nirvana foi o de compatibilizar arranjos base...

Inventário de Sonhos - parte III - Jim Morrison

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Jim Morrison  (1943-1971) pode ser considerado, depois de Bob Dylan, como o maior letrista da história do Rock. Se o poeta simbolista Arthur Rimbaud (1854-1891), autor de "uma estação no inferno", tivesse nascido no século XX, ele seria Jim Morrison, ou pelo menos desejaria ter sido. Morrison formou em 1965 a banda " The Doors ", cujo nome foi originado pelo título do livro " The Doors of Perception " de Aldous Huxley que descreve suas experiências alucinógenas com o uso de mescalina. O próprio Huxley tendo se inspirado em uma citação de William Blake: " Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito ". Percebe-se a intimidade de Morrison com a literatura e as influências em seu trabalho. A banda lançou, no início de 1967, seu primeiro álbum chamado simplesmente "The Doors" que incluiu o sucesso " Light my Fire " transformado em hino do amor livre no final dos anos sesse...

Inventário de Sonhos - parte II - Janis Joplin

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Alguma coisa saiu errada com o destino de Janis Lyn Joplin, nascida na reacionária e racista cidade americana de Port Arthus no Texas, pois ela acabou se transformando em  Janis Joplin (1943-1970) uma das maiores cantoras "negras" da história do blues. Ela, com toda a sua rebeldia beatnik, não conseguia se adaptar na cena local do Texas e se mudou para a comunidade hippie de San Francisco onde, em 1966, após um envolvimento pesado com drogas e álcool, se juntou à banda "Big Brother and the Holding Company". Janis Joplin ficou conhecida por sua interpretação do clássico do blues " Ball and Chain " de Big Mama Thornton, acompanhada ainda da fraquíssima "Big Brother and the Holding Company", durante o Festival de Monterey, no verão de 1967. O grupo foi agenciado então pelo esperto Albert Grossman (agente de Bob Dylan entre 1962 e 1970), lançando em 1968 o clássico "Cheap Thrills" com os sucessos "Piece of My Heart" e out...