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Mostrando postagens de agosto, 2010

Metropolitan - Exposição de Oberlin

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Últimos dias para visitar a exposição Side by Side do Metropolitan . Quem estiver de passagem por Nova York pode aproveitar o final de semana e apreciar algumas obras relevantes da coleção de arte do museu Allen Memorial Art Museum da Faculdade e Conservatório de Oberlin . A coleção completa conta com 14.000 obras, incluindo pinturas, escultura, artes decorativas, impressões, desenhos e fotografia. A exposição do Metropolitan selecionou alguns clássicos como o Jardim da Princesa do Louvre de Claude Monet (1840-1926) na figura ao lado que ilustra o catálogo da exposição e outras preciosidades como o quadro de São Sebastião de Hendrick ter Brugghen (1588-1629) - ver imagem abaixo, um seguidor do trabalho de Caravaggio. A seleção é muito abrangente e apresenta também obras de artistas modernos como Ernst Ludwig Kirchner (1880-1938), Mark Rothko (1903-1970) e Adolph Gottlieb (1903-1974). Segundo informações do site do Allen Memorial Museum , atualmente existem mais de 10.500 obra

J.M. Coetzee - Verão

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J.M. Coetzee - Verão: Cenas da Vida na Província - Editora Companhia das Letras - 275 páginas - Publicação 2010 - Tradução de José Rubens Siqueira. Muitos autores contemporâneos já lançaram autobiografias onde não conseguimos discernir realidade e ficção, incluindo o português António Lobo Antunes e a brasileira Tatiana Salem Levy para citar apenas dois exemplos, até aí nada de novo no ramo da literatura, existe até um termo cunhado para isto: autoficção . N o entanto, John Maxwell Coetzee, original como sempre, está um passo além neste livro, última parte da trilogia iniciada com Infância e Juventude , não apenas escrevendo na terceira pessoa, mas também abordando a sua própria biografia do ponto de vista existencial e não de suas obras, sendo que desta narrativa emerge não o grande escritor, premiado com o Nobel de literatura, mas sim um ser humano com muitas limitações e dificuldades de relacionamento, seja com a própria família ou na área afetiva. Coetzee utiliza o recu

Revista Pessoa

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Melhor nome não poderia ter sido pensado para a revista que busca firmar-se como espaço de democratização do acesso à produção literária de língua portuguesa. A Revista Pessoa , com periodicidade trimestral, foi lançada no último dia 20, durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo. As edições impressas serão distribuídas gratuitamente em bibliotecas, centros e espaços culturais e também nas ruas.  A revista Pessoa ocupará um importante espaço na integração cultural dos países lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste). Esta primeira edição conta com textos inéditos dos brasileiros Fabrício Carpinejar e Marina Colasanti, do moçambicano Luís Carlos Patraquim, e do angolano João Melo. A editora executiva Mirna Queiroz descreveu a missão da revista da seguinte forma: “Pretende ser uma plataforma de integração da literatura em língua portuguesa, dispersa entre a América do Sul, Europa, África e Ásia” . N

Saverio Polloni

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O pintor italiano Saverio Polloni é um obcecado por animais, mas o trabalho dele não busca reproduzi-los vivos em seus habitats naturais ou classificá-los já mortos segundo ténicas taxidermistas. Ele parece ser indiferente a esses aspectos comuns das ciências naturais ou zoologia. No meu entender, o seu interesse principal é captar a alma, se podemos definir assim, desses animais peculiares, expondo assim a sua interpretação particular da personalidade de cada espécie. Saverio Polloni nasceu em Milão em 1957 e trabalhou como ilustrador profissional até que decidiu se dedicar exclusivamente à pintura em 1996 e hoje vive em Madri, Espanha.

Will Self - A Guimba

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Will Self - A Guimba - Editora Objetiva - Selo Alfaguara - 331 páginas - Publicação 2010 - Tradução de Cássio de Arantes Leite. J á estava nos meus planos há algum tempo conhecer o trabalho do escritor britânico Will Self , que passou por aqui na FLIP de 2007, aclamado pela crítica pelo seu humor corrosivo e inteligência aguda na crítica de costumes da sociedade contemporânea. Adjetivos como criativo, alucinógeno, satírico e até mesmo profético são comuns nas resenhas de seus romances e contos. Na dúvida entre ler " Como Vivem os Mortos" (publicação 2000) ou "Grandes Símios" (publicação 1997), decidi começar com o romance "A Guimba" lançado este ano no Brasil pelo Selo Alfaguara (publicação original de 2008). A ideia para o argumento deste livro, segundo o próprio Will Self (ver entrevista completa dele na Folha ), surgiu durante uma viagem para a Austrália onde ficou surpreso com a rigidez das leis antifumo: " tão meticulosas que era il

Herman Leonard (1923-2010)

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O fotógrafo americano Herman Leonard (1923-2010), conhecido como "o fotógrafo do jazz" , deixou um registro inesquecível de uma época de ouro da música. As suas imagens em clima noir de ícones do jazz como a seleção acima de Dexter Gordon, Chet Baker, Charlie Parker e Billie Holiday, só para citar alguns exemplos, marcaram uma época em que a música popular alcançou um nível de qualidade técnica que deixa muita saudade. Como uma vez declarou Quincy Jones: "quando as pessoas pensam em jazz a imagem em suas mentes é uma foto de Herman" .

Bob Dylan: The Brazil Series

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Este livro de 192 páginas  reúne a nova coleção de pinturas de Bob Dylan: "Brazil Series" a ser apresentada pela primeira vez em Copenhague, em setembro, anunciou nesta segunda-feira o museu dinamarquês Statens Museum for Kunst (ver site do museu aqui ). A coleção, constutuída por 40 telas pintadas em acrílico e oito desenhos, está agendada para apresentação pública no período de 4 de setembro a 30 de janeiro de 2011. Segundo o curador-chefe Kaspar Monrad, esta coleção foi criada por Dylan entre 2009 e o primeiro trimestre de 2010 especialmente à pedido deste que é o maior museu da Dinamarca. Os temas das pinturas referem-se a paisagens da vida cotidiana nas cidades, as favelas e o interior do Brasil. Sobre a sua divisão entre música e pintura, de acordo com declaração de Dylan no site do museu, o artista deve estar sempre se movendo e se transformando, de maneira que é natural uma oscilação entre diferentes formas de expressão artística. Espero que este trabalho de Dy

Arte ou Ilusão - O Efeito Ouchi

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O efeito ou ilusão de Ouchi, assim chamado em homenagem ao artista japonês Hajime Ouchi, é criado à partir da superposição de um disco centralizado que parece flutuar em um fundo xadrez quando movemos os olhos em torno da figura, principalmente nos sentidos horizontal e vertical (ver aqui o livro de imagens de Hajime Ouchi - Japanese Optical and Geometrical Art ). O conceito de Op Art (Optical Art), seja lá arte ou não, tem como base a ideia de "menos expressão e mais visualização". Apesar da exatidão matemática ou geométrica com que as imagens são montadas, representa um mundo precário e instável, que se modifica a cada instante, geralmente utilizado em trabalhos ligados à publicidade, cinema e televisão. A imagem acima mostra outro padrão semelhante criado por Akiyoshi Kitaoka, ver aqui postagem do Mundo de K sobre Op Art e muitos outros exemplos na página oficial do artista .

Isaac Bábel - O Exército de Cavalaria

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Isaac Bábel - O Exército de Cavalaria - Editora Cosac Naify - 251 páginas - Tradução do original em russo por Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade - Prefácio de Boris Schnaiderman e Otto Maria Carpeaux - Publicação 2006. Segundo o prefácio de Boris Schnaiderman, a quem seremos eternamente gratos pelas traduções diretas de autores russos do nível de Maiakóvski, Dostoiévski e Tchekhov, os contos de Isaac Bábel (1894-1940) apresentam um "sabor acre de sangue e terra" . De fato, Bábel ao narrar as sua experiências na guerra russo-polonesa de 1920-1921 como correspondente é testemunha dos atos violentos do exército cossaco, mas o seu texto também está repleto de lirismo, natureza e paixão. Bábel vivenciou a violência desde cedo, ele próprio nascido judeu em Odessa, Ucrânia, presenciou aos dez anos o pogrom que o impressionou definitivamente. Apesar de ter sido um defensor da revolução russa, foi preso, torturado e executado durante o Grande Expurgo de Stálin

Prêmio São Paulo de Literatura 2010

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Dois romances da Editora Record foram vencedores da terceira edição do Prêmio São Paulo de Literatura, versão 2010: Raimundo Carrero , com "A minha alma é irmã de Deus" , na categoria melhor Livro do Ano ; e Edney Silvestre com " Se eu fechar os olhos agora" , na categoria o Melhor Livro do Ano de autor estreante . Os autores foram escolhidos entre 217 obras inscritas e ambos receberão a maior premiação literária do Brasil atualmente, no valor de 200 mil reais. O romance de Raimundo Carrero , segundo sinopse da Record, conta a história de Camila, uma jovem solitária que, numa tarde de domingo, no Recife, conhece o pastor e músico Leonardo. Ele faz parte da seita “Os soldados da Pátria por Cristo”. Com o pastor, Camila parte para uma vida de aventuras, pregando valores que grande parte da sociedade brasileira desvaloriza: como religião, moral e ética. Já o livro de Edney Silvestre é ambientado em uma pequena cidade da antiga zona do café fluminense, em abril de

Nicolau Maquiavel - O Príncipe

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Nicolau Maquiavel - O Príncipe - Editora Companhia das Letras - Selo Penguin Companhia - 176 páginas - Tradução do italiano de Maurício Santana Dias - Prefácio de Fernando Henrique Cardoso. O selo Penguin Companhia conseguiu uma ótima estreia com este clássico de 500 anos da filosofia que inaugurou a ciência política moderna. Os cuidados com a tradução direta do italiano, a preservação das notas e Introdução da edição original Penguin, Cronologia, Glossário, indicações para leituras complementares, qualidade do projeto gráfico, além do prefácio de Fernando Henrique Cardoso (que afinal escreve bem, não podemos negar) valorizaram muito esta edição que se afasta do caça-níqueis editorial representado pelo lançamento de clássicos de bolso de obras em domínio público, com tratamento nem sempre compatível com os originais. Para ler um trecho desta edição disponibilizado pela editora em pdf, clique aqui . Nicolau Maquiavel (1469-1527) com a sua visão talvez muito realista ou pessimista d

Dicionário Analógico

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Dicionário analógico da língua portuguesa - Francisco Ferreira dos Santos Azevedo - Lexikon Editora Digital, 763 páginas - 2º edição atualizada e revista, 2010 (1º edição 1950) Fiquei sabendo do lançamento deste livro através dos blogs linha de pesca e Terapia Zero , mas é bom chamar a atenção logo de início que este não é um dicionário comum, por mais respeito e admiração que eu tenha pelos dicionários tradicionais. Em um dicionário analógico o conceito é exatamente oposto ao de um dicionário convencional no qual se buscam significados e informações sobre palavras conhecidas. Neste analógico, segundo informações da editora, temos noção de um significado, temos uma intenção de uso, mas não nos ocorre uma palavra satisfatória e, encontramos uma nuvem de palavras em torno deste significado, ou seja, palavras análogas num maior ou menor grau de proximidade e exatidão, para que nessa nuvem possamos achar a palavra - ou expressão - que melhor nos convém, em qualquer de suas mais prov