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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

Natalia Ginzburg - Léxico familiar

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Natalia Ginzburg - Léxico familiar - Editora Companhia das Letras - 256 Páginas - Tradução:  Homero Freitas de Andrade -  Prefácio de Alejandro Zambra - Lançamento  no Brasil: 19/02/2018 (Publicação original: 1963) - Leia  aqui um trecho disponibilizado pela Editora. Há livros que são muito difíceis de explicar, não pela complexidade do argumento ou virtuosismo técnico do autor, muito pelo contrário, justamente nas obras supostamente mais simples é que reside o problema de identificar a sutileza ou o truque de mágica que encanta e sensibiliza o leitor. Assim ocorre com "Léxico familiar" de Natalia Ginzburg (1916-1991). Começo a resenha e não encontro paralelo na literatura clássica ou contemporânea em que possa me apoiar para explicar esta obra por comparação, tenho que começar do zero. A autora escreveu uma autobiografia afetiva, narrando detalhes do cotidiano de sua família, desde o início da década de 1930 na Itália, período de crescimento do fascismo de Musso

O romance de Gabo e Mercedes Barcha

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Gabo e Mercedes Barcha - Autor desconhecido, sem data A foto acima de Gabriel Garcia Márquez (1927-2014) — ou simplesmente Gabo como era chamado carinhosamente pelos amigos — e sua esposa Mercedes Barcha, está disponível gratuitamente, juntamente com um acervo de outros 27 mil documentos, incluindo manuscritos, cadernos e cartas em um inusitado site produzido por uma Universidade do Texas ( clique aqui para visitar) que adquiriu todo o material por US$ 2,2 milhões da família do escritor.  Apesar de louvar a iniciativa da instituição norte-americana, fico triste que este legado cultural não possa permanecer na Colômbia, terra natal do autor que em 1982 foi incluído no seleto grupo de escritores latino-americanos vencedores do Prêmio Nobel de Literatura, a saber: Gabriela Mistral (Chile), Miguel Ángel Asturias (Guatemala), Pablo Neruda (Chile), Gabriel Garcia Márquez (Colômbia), Octavio Paz (México) e Mario Vargas Llosa (Peru). A notícia sobre a disponibilização dos docume

Lygia Fagundes Telles - As Horas Nuas

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Lygia Fagundes Telles - As Horas Nuas - Editora Companhia das Letras - 256 Páginas - Relançamento: 30/04/2010, Publicação original 1989 (Ler aqui um trecho disponibilizado pela Editora). Talvez o livro menos lido e comentado de Lygia Fagundes Telles, " As Horas Nuas" , lançado originalmente em 1989, foi o seu último romance publicado, depois dos clássicos:  "Ciranda de Pedra" (1954), "Verão no Aquário" (1964) e "As Meninas" (1973). A produção de contos da escritora é bem mais extensa, sendo representada pelo excelente "Antes do Baile Verde" (1970), um marco da literatura nacional — Ler aqui resenha do Mundo de K. Rosa Ambrósio está caída em seu quarto sob o efeito da bebida, de braços abertos, " crucificada na roupa suja" espalhada pelo chão. Este é o cenário decadente da abertura deste romance que nos coloca logo de início ao lado da protagonista, uma atriz que sofre com os espelhos, não aceita a chegada da vel