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Mostrando postagens de novembro, 2020

Vencedores do Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2020

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Divulgados os vencedores das oito categorias do Prêmio Literário Biblioteca Nacional, versão 2020. Neste ano, a organização considerou as obras, em primeira edição, publicadas e impressas no período de 1º de maio de 2019 a 30 de abril de 2020, em dia com a Lei do Depósito Legal (Lei n.10.994, de 14 de dezembro de 2004) e com número de registro ISBN válido no Brasil.  O destaque vai para as editoras independentes com ótimo desempenho, a Reformatório levou o primeiro lugar na categoria romance com Além do Rio dos Sinos de Menalton Braff e a Confraria do Vento, depois do primeiro lugar no Prêmio Jabuti, ficou com a segunda colocação na categoria contos da Biblioteca Nacional com Urubus de Carla Bessa. A corajosa editora Patuá foi a vencedora da categoria poesia com um título bastante sugestivo da nossa época: 179.Resistência de Maria Fernanda Elias Maglio. Parabéns a todos! Excepcionalmente, em 2020, o Edital não incluiu a categoria Projeto Gráfico - Prêmio Aloísio Magalhães, pois, de

Vencedores do Prêmio Jabuti 2020

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Divulgados os vencedores da 62ª edição do Prêmio Jabuti. O livro Solo para Vialejo (Cepe Editora), de Cida Pedrosa, levou o prêmio principal da noite e também o primeiro lugar da categoria Poesia ( ler aqui resenha no Mundo de K). Na categoria Romance de Literatura, o vencedor foi Torto Arado (Todavia), de Itamar Vieira Junior. Na categoria Crônica, venceu Uma Furtiva Lágrima (Record), de Nélida Piñon. Em Contos, Urubus (Confraria do Vento), de Carla Bessa. Escravidão, Vol. I  (Globo Livros), de Laurentino Gomes ganhou o troféu de Biografia.  Na categoria estreante, Romance de Entretenimento, levou Rafael Montes com Uma mulher no escuro (Companhia das Letras). Destaque para a valente editora independente Confraria do Vento que levou a cobiçada categoria de Contos com Urubus  e um ótimo livro de Poesia, Solo para Vialejo , escolhido como livro do ano, sem falar em Torto arado que ainda vai ganhar muitos prêmios com certeza. Feliz de ter resenhado todos esses grandes livros no Mundo

Finalistas do Prêmio Oceanos 2020

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Divulgados os dez finalistas do Prêmio Oceanos de Literatura, versão 2020. Dentro da proposta de configurar um instantâneo da produção literária em língua portuguesa nos diferentes gêneros e representando diferentes países, classificaram-se seis romances, dois livros de poemas, um de contos e um de crônicas. Concorrem ao prêmio sete brasileiros e três portugueses. Dois livros foram resenhados no Mundo de K: Carta à rainha louca de Maria Valéria Rezende e Torto arado de Itamar Vieira Junior. A partir de 2015 o Prêmio Portugal Telecom de Literatura foi cancelado pelos antigos patrocinadores, passando a ser chamado de Oceanos - Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa e patrocinado pelo Itaú Cultural. Concorreram à edição 2020 do Oceanos 1.872 obras, publicadas em dez países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Letônia, Moçambique e Portugal, além da região administrativa chinesa Macau. O número de editoras inscritas totalizou 450, o maior entre toda

Celso Traub - O Mestre dos Abraços

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Celso Traub - O Mestre dos Abraços - um olhar humano sobre o sofrimento - Editora Batel - 272 Páginas - Lançamento: 31/07/2020. O gaúcho Celso Traub, experiente psicoterapeuta, nos apresenta um livro pouco comum ao alternar suas memórias afetivas – em passagens típicas de um romance de formação – com as histórias emocionantes de superação que vivenciou em seu consultório. A abordagem clínica é sempre profissional, mas sem descuidar do olhar humano, fazendo com que o leitor tenha uma rara oportunidade de conhecer de perto as reações de um terapeuta ao lidar com os dramas de seus pacientes. Particularmente emocionantes são as partes nas quais Celso relembra os momentos com o pai, homem sensível e amoroso, o grande "Mestre dos Abraços" da sua infância e juventude, que morreu precocemente. O terapeuta, portanto, utiliza a sua própria experiência de vida para nos  ensinar como "A dor pode ser terrivelmente cruel e destruidora, do mesmo modo que pode tornar-se uma companheira

Douglas Stuart - Booker Prize 2020

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Foto Martyn Pickersgill / Divulgação Booker Prize O escocês Douglas Stuart é o vencedor do Booker Prize 2020 com o seu romance de estreia Shuggie Bain . O autor é desconhecido no Brasil, mas certamente a visibilidade da premiação irá alavancar a tradução e publicação do livro no mercado nacional muito em breve. O livro é de cunho autobiográfico sobre um filho homossexual, Shuggie, e a sua mãe alcoólatra, Agnes Bain, em Glasgow na Escócia, na década de 1980, durante o governo de Margaret Thatcher. O autor dedicou a obra à mãe, que morreu vítima de alcoolismo quando ele tinha apenas 16 anos. A organização do Booker Prize resumiu da seguinte forma os motivos da escolha da obra: “está destinada a ser um clássico – um comovente, imersivo e complexo retrato de um mundo social coeso, das suas pessoas e dos seus valores. A emocionante história fala-nos do amor incondicional entre Agnes Bain – que cai no alcoolismo dadas as difíceis circunstâncias de vida com que tem de lidar – e o seu filho m

Michel Laub - Solução de dois Estados

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Michel Laub - Solução de dois Estados - Editora Companhia das Letras - 248 Páginas - Capa de Raul Loureiro / Imagem com detalhe da tela "Carteira de identidade (auto polegar direito)", 1965, de Rubens Gerchman Lançamento: 09/10/2020 O título do oitavo e recém-lançado romance do gaúcho Michel Laub é uma referência ao improvável acordo de paz entre judeus israelenses e árabes palestinos na região do Oriente Médio, uma citação que remete ao conflito entre dois irmãos: Alexandre e Raquel Tomazzi, protagonistas muito pouco confiáveis e, cada um ao seu próprio modo, com discursos radicais de violência e ódio. A obra está inserida em um contexto incontornável e reproduz, em seu microcosmo, o sistema político polarizado que hoje divide a nossa sociedade, não há como evitar a comparação.  O livro apresenta três vozes narrativas, Brenda Richter, cineasta alemã que perdeu o marido, assassinado em um passado recente no Brasil e prepara um documentário sobre a violência; aparentemente ela

Bernardine Evaristo - Garota, mulher, outras

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Bernardine Evaristo - Garota, mulher, outras - Editora Companhia das Letras - 496 Páginas Tradução de Camila von Holdefer - Capa: Estúdio Daó - Lançamento no Brasil: 13/10/2020 A  anglo-nigeriana Bernardine Evaristo  se tornou a primeira mulher negra a ganhar o prestigiado Booker Prize em 2019 com este romance, dividindo o prêmio com a canadense Margaret Atwood, uma decisão que só havia ocorrido duas vezes desde a criação do Booker em 1969, a primeira em 1974 (Nadine Gordimer / Stanley Middleton) e a segunda em 1992 (Michael Ondaatje / Barry Unsworth). O livro, que foi muito elogiado pela crítica internacional, narra a história de 12 personagens dos séculos XX e XXI, a maior parte das quais são mulheres negras vivendo no Reino Unido, mas isso é pouco para entender a genialidade desta obra, muito além do que apenas um bom romance. O texto é curiosamente editado em versos livres, sem pontuação, uma técnica peculiar logo assimilada pelo leitor que, antes do que possa perceber, estará lend

Adriano Moura - Invisíveis

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Adriano Moura - Invisíveis - Editora Patuá - 112 Páginas - Capa, Projeto gráfico e Diagramação: Alessandro Romio - Lançamento: 2020. Em Invisíveis , recém-lançada coletânea de contos do professor e escritor Adriano Moura, os personagens são inspirados na realidade das ruas dos grandes centros urbanos brasileiros em histórias de miséria e abandono de pessoas ignoradas pela sociedade, mas que insistem em uma sobrevivência teimosa, apesar de tudo, abaixo da linha da pobreza, marginalizadas em um processo contínuo e silencioso de segregação econômica, racial e de gênero, até se tornarem invisíveis. No texto de apresentação do livro, a professora e jornalista Marisa Loures resume com propriedade essa invisibilidade social: "Por um instante, a sensação era de folhear um jornal. Não um livro de ficção. Tamanha a realidade nua e crua jogada na minha cara conto após conto. [...] Adriano Moura escreve  para escancarar a intolerância e a hipocrisia de um Brasil formado por 'cidadãos de b