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Mostrando postagens de março, 2016

Amós Oz - Judas

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Amós Oz - Judas - Editora Companhia das Letras - 368 páginas - tradução direta do hebraico por Paulo Geiger - Lançamento no Brasil: 07/11/2014. Amós Oz (1939-2018) sempre foi uma referência na área de cultura, citado nas listas de favoritos de cada ano ao prêmio Nobel de literatura, mas, por outro lado, muito criticado em Israel devido à sua posição política, já que foi um defensor de uma solução pacifista para os conflitos entre judeus israelenses e árabes palestinos, uma posição que parece cada vez mais difícil de defender devido à herança de ódio na região do Oriente Médio. Tem sido considerado, por movimentos sionistas radicais, como um traidor da causa israelense. Não é por acaso, portanto, que tenha surgido a ideia da traição como tema central deste ensaio/romance. Segundo declarações de Amós Oz, o conceito de traição pode ser relativo porque o traidor é "aquele que, por vezes, se atreve a mudar uma situação" e "os traidores são aqueles que mais amam, podendo

Joyce Carol Oates - As Cataratas

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Joyce Carol Oates - As Cataratas - Editora Globo - 488 páginas - Tradução de Luiz Antônio Aguiar - Lançamento no Brasil 25/10/2006 (lançamento original 2004). A norte-americana Joyce Carol Oates, 77 anos, é um verdadeiro fenômeno de produtividade, com mais de 50 romances e 40 coletâneas de contos publicados, sem falar em seus livros de poesia, dramaturgia e crítica literária, foi cinco vezes finalista do Pulitzer Prize e recebeu uma dezena de nomeações em vários anos para o National Book Award que ganhou em 1970. Ela ainda assim encontra tempo para lecionar cursos de escrita criativa na Universidade de Princeton e utilizar a sua conta no Twitter com regularidade, tendo 20.000 Tweets publicados e mais de 140.000 seguidores, fato comum no ramo da música pop, mas bastante raro tratando-se de escritores. Ela tem sido lembrada nos últimos anos em todas as tradicionais listas de favoritos para o Nobel de Literatura, mas a Academia Sueca parece comprovar a sua antipatia por autores no

Georges de La Tour

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O recém-nascido (1648) - Georges de La Tour - Museu de Rennes, França O Museu do Prado apresenta até 12 de junho uma exposição com 31 das 40 obras conhecidas de Georges de La Tour (1593 - 1652). Um artista francês que, até hoje, desafia os críticos com uma das biografias mais misteriosas da história da arte. Até pouco tempo, algumas de suas telas eram atribuídas a pintores da escola espanhola e holandesa, inclusive ao italiano  Caravaggio que influenciou o seu estilo de contrastes entre claro e escuro, religioso e profano. O Diretor do Museu do Prado, Miguel Zugaza define Georges La Tour como o mais espanhol dos pintores franceses. O quadro acima, "O recém-nascido" , da fase final de sua carreira, é um exemplo da técnica de contrastes que confere um tom divino a uma simples cena familiar. O Trapaceiro com Ás de Ouros (1635) - Georges de La Tour - Museu do Louvre Já na obra acima, "O Trapaceiro com Ás de Ouros" ,  o clima é definitivamente mundano e

Raduan Nassar na longlist do Man Booker International Prize 2016

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Sensacional! A tradução para o inglês do clássico "Um Copo de Cólera" de Raduan Nassar, lançado como "A Cup of Rage" pela Penguin Classics em janeiro deste ano, está na relação de semifinalistas do Man Booker International Prize, versão 2016. Finalmente uma boa notícia para recuperar um pouco a autoestima dos brasileiros. Na mesma longlist de 13 livros divulgada hoje pela organização do Booker, foi incluído outro grande autor em língua portuguesa, o angolano José Eduardo Agualusa com "Teoria do Esquecimento" (leia aqui resenha do Mundo de K deste romance).  A partir de 2016 o Man Booker International Prize, que considera romances de qualquer país, desde que traduzidos para o inglês, passou a ser concedido anualmente a um livro específico e não ao conjunto da obra do escritor, como era o regulamento até o ano passado.  Os juízes analisaram 155 romances no processo de seleção que continuará com o anúncio da shortlist em 14 de abril e a divulgação

Mo Yan - As Rãs

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Mo Yan - As Rãs - Editora Companhia das Letras - 496 páginas -Tradução direta do chinês por Amilton Reis - Lançamento no Brasil: 23/09/2015. A Academia Sueca definiu o estilo do chinês Mo Yan, prêmio Nobel de Literatura 2012, como "realismo alucinatório" . A classificação pode soar extravagante à princípio mas, de fato, ao avançarmos no texto não há como evitar a comparação com o "realismo mágico" de Gabriel Garcia Márquez, uma interpretação que seria insuficiente e reducionista para o talento de Mo Yan, "alucinado" é um adjetivo que funciona bem melhor para caracterizá-lo. Adicionalmente, a fusão do antigo com o novo é marcante em "As Rãs" , último romance do autor que até a divulgação do Nobel era muito pouco conhecido no Brasil. A citação de lendas do folclore em contraste com eventos contemporâneos da história da República Popular da China, principalmente os efeitos da política de planejamento familiar do Estado nas comunidades rurais,

Principais prêmios literários internacionais em 2016

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É bem mais fácil acompanhar os cronogramas de seleção e premiação internacionais do que os eventos similares nacionais, uma vez que, no Brasil, a grande maioria das organizações ainda não divulgou os editais para 2016 nos respectivos sites. Naturalmente que, mesmo nos concursos internacionais, nem sempre os critérios de nomeação e escolha são à prova de contestação e obviamente, nos países estrangeiros, existe um número muito maior de organizações dedicadas a este assunto como, por exemplo, os prêmios:  Hans Christian Andersen (internacional), Franz Kafka (internacional) PEN/Faulkner (autores norte-americanos), Goethe (autores alemães), Miguel de Cervantes (autores em língua espanhola), Prix Gouncourt (autores franceses), para citar somente alguns. A seleção abaixo é apenas indicativa dos prêmios mais conhecidos e que costumo acompanhar todo ano aqui no blog. Prêmio Nobel de Literatura - Um dos prêmios mais tradicionais e valorizados, tanto devido ao prestígio e pod