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Mostrando postagens de junho, 2011

Cidades que se tornaram personagens na literatura

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Vista de Londres - Stephen Wiltshire É uma característica dos grandes autores transformar as cidades em personagens de seus romances ou até mesmo inventar novas cidades como Italo Calvino em As cidades Invisíveis ou William Faulkner com o seu imaginário Condado de Yoknapatawpha .   Selecionei algumas que foram imortalizadas pela literatura, mas antes de qualquer reclamação por preferência literária ou geográfica, esclareço que a ordem de citação é apenas alfabética e que este tema poderia ter incontáveis continuações. Dublin é uma cidade que certamente tem vários encantos, mas deve muito de sua fama ao romance Ulisses de James Joyce (1882-1941). Toda a ação de Ulisses acontece em um único dia, 16 de Junho de 1904, comemorado como o Bloomsday em homenagem ao protagonista Leopold Bloom. Mesmo tendo concebido Ulisses como uma paródia à Odisséia de Homero e, portanto, destacando a decadência e monotonia da cidade, Joyce acabou prestando uma homenagem  devido aos registros

The Big Picture

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O blog fotográfico The Big Picture do Jornal americano The Boston Globe é uma ótima dica para quem gosta de fotojornalismo e também de se manter atualizado sobre as últimas notícias do mundo. A imagem acima, por exemplo, foi extraída de uma seleção de 32 fotos sensacionais sobre a erupção do vulcão Puyehue no Chile. Existem várias categorias como: meio ambiente, astronomia, religião, esportes e arte, para citar só algumas. As imagens do blog são postadas normalmente às segundas, quartas e sextas e a maioria das fotos, geralmente de alta definição, vem de agências internacionais como a Associated Press , Reuters e Getty Images . Algumas outras de instituições de domínio público como a NASA ou de fotógrafos particulares que permitem a publicação com restrições. Nem sempre as fotos são agradáveis ou aquelas que mais gostaríamos de ver, mas isto não é culpa do site ou dos editores e sim das notícias.

Granta Vol. 3 - Seleção de William Boyd

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Revista Granta Vol. 3 - Editora Objetiva, Selo Alfaguara, 2008 - publicado originalmente em inglês por Granta Publications com o título: Granta 100. William Boyd foi convidado em 2007 para selecionar os autores mais representativos de todas as edições da revista literária britânica GRANTA para a edição comemorativa Nº 100. Esta terceira edição em português segue o mesmo formato da edição original com exceção de um conto de Ingo Schultze, por já ter sido publicado no Brasil pela Editora Cosac Naify como parte do livro Celular em 2008. Contos e poemas inéditos, além de trechos de romance em andamento de autores hoje famosos como Martin Amis, Doris Lessing, Mario Vargas Llosa, Harold Pinter, Salman Rushdie, Isabel Allende e Ian McEwan, além de outros ainda não tão conhecidos pelo público brasileiro como Tash Aw,  Lucy Eyre e Helen Oyeyemi, foram incluídos nesta edição que certamente é diversão garantida para os amantes da literatura de todos os gostos. O próprio William Boyd,

My Question for Myself

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As imagens acima fazem parte de um projeto da fotógrafa Carolin Seeliger e do crítico literário Tobias Wenzel de 2007 com 77 escritores, publicado na revista GRANTA. Neste ensaio é solicitado ao autor entrevistado que assuma o papel de entrevistador, fazendo a si mesmo uma pergunta e respondendo. A relação desses auto-entrevistadores, publicados na revista GRANTA Nº 100 (edição Nº 3 da versão em português) incluiu os seguintes escritores: Zadie Smith, Jonathan Franzen, Isabel Allende, Gary Shteyngart, Marie NDiaye, Hans Magnus Enzensberger, Richard Ford e o prêmio Nobel Gao Xingjian. Uma seleção para nenhum leitor colocar defeito. A fotógrafa decidiu utilizar somente retratos em preto e branco dos escritores e focando apenas nos olhos. Destaquei as quatro perguntas e respostas mais criativas abaixo. O escritor, poeta e intelectual Hans Magnus Enzensberger é citado, normalmente, como um dos maiores poetas da língua alemã. Nascido em 1929 na Baviera, viveu a sua infância durante

Don DeLillo - Ponto Ômega

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Don DeLillo - Ponto Ômega - 104 páginas - Editora Cia. das Letras - Tradução de Paulo Henriques Britto - Lançamento 2011 (ler aqui um trecho em pdf disponibilizado pela editora). Depois de ter sido premiado em 2010 com o PEN/Saul Bellow Award, igualando-se a  Philip Roth (2007) e Cormac McCarthy (2009), o americano Don Delillo não tem muito  mais o que provar no campo da literatura e se arrisca em um tema mais subjetivo neste seu 15º romance que é inspirado por uma instalação de arte conceitual (24 Hour Psycho de Douglas Gordon) sobre o filme Psicose de Hitchcock. Nesta instalação, que serve como ponto de partida para o romance, o filme é projetado em dois quadros por segundo e sem som durante um dia inteiro criando uma sensação de deslocamento da consciência devido à quebra da noção de tempo. A narrativa muda no segundo capítulo para o cineasta de uma única obra, Jim Finley, que tenta convencer Richard Elster, um ex-funcionário do governo americano de formação acadêmic

13ª Salão Nacional do Livro Infantil e Juvenil

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O 13º Salão do Livro da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ 2011), programado para o período de 6 a 17 de junho no Centro de Convenções SulAmérica, Cidade Nova, Rio de Janeiro, vem mais uma vez incentivar o hábito da leitura em crianças e jovens. Para este ano estão confirmados 72 estandes e 63 editoras. Uma ótima dica para os cariocas. Neste Domingo, Ziraldo  foi destaque no bate-papo com o público durante a sessão de autógrafo de seus livros. Falando sobre “O menino da lua” , ele explicou que o livro tem dez personagens (cada menino representa um planeta), e que ele pretende lançar um livro por ano e, por isso, ainda tem que viver no mínimo dez anos, pois não pode deixar a obra incompleta. Ziraldo aconselhou os pais a não permitirem que seus filhos "pulem" diretamente para o computador antes de conhecerem os livros que são eternos: “O livro é o objeto mais sensacional que o ser humano inventou. Ele tem tempo e espaço.” Local: Centro de Conve

Inês Pedrosa - Fazes-me falta

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Inês Pedrosa - Fazes-me falta - 221 páginas - Editora Objetiva, Selo Alfaguara - Lançamento 2010. Inês Pedrosa, jornalista e escritora, nascida em Coimbra, em agosto de 1962 é um dos nomes mais importantes da literatura contemporânea portuguesa. Fazes-me falta foi lançado originalmente em 2002 e tornou-se sucesso de público e crítica em Portugal onde vendeu mais de cem mil exemplares, apesar de não ter as características normalmente encontradas em um best seller, muito pelo contrário. O romance é estruturado na troca de monólogos entre um homem e uma mulher que relembram, cada um a seu modo e conforme o próprio entendimento, o relacionamento passado a partir de um evento marcante: a morte inesperada da mulher. Na verdade, ela tem certa vantagem na narrativa porque consegue observar todo o tempo o comportamento do antigo parceiro mesmo depois de sua própria morte, como na excelente passagem: "De quem é esta morte encenada em caixão? De onde vem esta febre fria que me s

Macedonio Fernández - Museu do romance da Eterna

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Macedonio Fernández - Museu do romance da Eterna - Editora Cosac Naify - 266 páginas - Tradução de Gênese Andrade - Projeto Gráfico - Elaine Ramos - Lançamento 2011. O argentino Macedonio Fernández (1874-1952) demorou mais de quarenta anos para ser traduzido no Brasil e é um tanto difícil definir o seu complicado estilo que influenciou muitos autores consagrados como Jorge Luis Borges e Cortázar, modernista sem dúvida, algo entre o surrealismo e a literatura experimental. O texto a seguir, extraído de uma carta do autor para Borges, e destacado pela editora Cosac Naify na apresentação do livro, dá uma boa pista sobre o que podemos aguardar do romance da Eterna: "Caro Jorge Luis, desculpe-me por não ter ido ontem à noite. Eu estava indo, mas sou tão distraído que no caminho me lembrei que havia ficado em casa. Estas constantes distrações são uma vergonha, e às vezes esqueço de me envergonhar também" .  Macedonio Fernández é avesso a qualquer tipo de realismo e entende