Aravind Adiga - Booker Prize 2008

White TigerMais um importante prêmio literário para um autor pouco conhecido. Depois do Nobel para Le Clézio, desta vez a surpresa veio do Man Booker Prize que escolheu o romance "White Tiger" do estreante indiano Aravind Adiga, de apenas 34 anos. Pelo que andei lendo na Internet sobre o romance, trata-se da trajetória de Balram Halwai, filho de um puxador de riquixá cujo sonho de escapar da miséria de sua aldeia o leva numa viagem às luzes brilhantes de Délhi e Bangalore, onde ele se dispõe a fazer quase qualquer coisa para subir na vida.

Com uma premiação de 50 mil libras (88 mil dólares) para o vencedor, o Man Booker Prize é aberto a romances em inglês de escritores da Grã Bretanha, Irlanda, Commonwealth e demais ex-colônias britânicas. Anteriormente conhecido apenas como Booker Prize, o prêmio foi rebatizado após receber o patrocínio do conglomerado financeiro Man Group PLC, cinco anos atrás.

Aravid Adinga venceu outros cinco finalistas, o australiano Steve Toltz, por "A Fraction of the Whole"; o irlandês Sebastian Barry, por "The Secret Scripture"; o indiano Amitav Ghosh, por "Sea of Poppies"; a inglesa Linda Grant, por "The Clothes on Their Backs", e o inglês Philip Hensher, por "The Northern Clemency". Segue abaixo a "short list" completa com os seis autores indicados deste ano:

Aravind Adiga The White Tiger
Sebastian Barry The Secret Scripture
Amitav Ghosh Sea of Poppies
Linda Grant The Clothes on Their Backs
Philip Hensher The Northern Clemency
Steve Toltz A Fraction of the Whole

Comentários

Suas referências sempre muito update. Adoro vir aqui e conhecer autores que voce indica.

obrigado.

bjs.

JU Gioli
Barros (RBA) disse…
Pô assim não dá! Ainda falta ler um monte dos caras do século XIX e início do XX, pelos quais tenho grande interesse. E não para de surgir um novo premiado interessante que me deixa tentado a explorar.
Anônimo disse…
Oi Kovacs...
Quando teremos um brasileiro no Nobel? :(
Ah, ofereci um post pra ti.
Beijo
Alexandre Kovacs disse…
JU Gioli, obrigado a você pelas palavras gentis. Suas visitas por aqui são sempre muito bem vindas. Os trabalhos apresentados lá no seu blog, por sinal, estão cada vez melhores.
Alexandre Kovacs disse…
Djabal, também li algo sobre reações contrárias, principalmente na Índia (Adiga é o quarto indiano a ser premiado com o Booker, depois de Salman Rushdie, Arundhati Roy e Kiran Desai). Concordo com você: viva a literatura e viva o leitor!
Alexandre Kovacs disse…
Barros, este é o velho problema com a lista interminável de livros que ainda precisamos ler. Por outro lado, já imaginou o nosso sofrimento se chegássemos ao final desta lista?

Muito boa a sua postagem sobre o prêmio Nobel!
Alexandre Kovacs disse…
Daisy, acho que depois de José Saramago a Academia deverá levar uns 100 anos para premiar outro autor em língua portuguesa. Talvez Antônio Lobo Antunes, mas certamente não será um brasileiro. Vou lá no seu blog ver o post, mas obrigado antecipadamente!
Maria Augusta disse…
Estas controvérsias só aumentam nossa curiosidade e nos incitam a ler o livro.
Vindo aqui ficamos sempre em dia com o mundo da literatura, que bom.
Abraços e uma boa semana.
Alexandre Kovacs disse…
Maria Augusta, acho que os prêmios literários, especialmente os polêmicos, são ótimos vendedores de livros.

Os organizadores do Booker Prize afirmaram que a premiada do ano passado, Anne Enright, que também não era favorita, vendeu cerca de 50 mil exemplares de "O Encontro," graças à conquista do troféu.

Obrigado pela visita e comentário!
Anônimo disse…
Anne Enright é a vencedora do Booker Prize 2007. Como alguns livros vencedores deste Prêmio, os que já li, posso afirmar que este não foge a regra. É uma história pertubadora com muitas frases impactantes. Com o suicídio do irmão Liam, Verônica irá narrar a história da família Hegarty e rever os segredos e os interditos que provavelmente conduziram Liam à morte. ''As pessoas não mudam, elas meramente se revelam''. Máxima que Ada (avó) adorava aplicar; Anne Enright discorre seus personagens e monta sua tese baseada nesta conclusão e vai além, ''com um movimento de braço, Charlie(pretendente da avó) alterou a matemática de tudo: do seu futuro e do meu passado.'' Esta é a defesa de Enright neste romance: um movimento muda tudo, e como as pessoas se revelam diante das mentiras e verdades da vida. Assim, após leitura, o romance ainda pulula em minha mente, se revela. Anne Enright escreve bem o que acontece no âmago das famílias. O problema é suportar! Uma leitura densa.
E como dentre os Booker Prize que li, as leituras são sempre densas e as leituras nem sempre são muito fáceis. Estou terminando o Mar de John Banville e posso afirmar estou AMAMANANANDODODODODO.
Anônimo disse…
Dos Indianos ganhadores, li O Legado da Perda de Kiran Desai, lindo! O Deus da Pequenas Coisas de Roy Arundhati, lindo mas acredito pela sua escrita e construções não seja uma leitura simples de digerir - difícil. Mas adorei, inesquecível!
Agora, já li inúmeros outros livros, mas a leitura dos Booker Prize dos Bookers está suspensa "os filhos da meia noite" de Rudshie!!! Já retomei leitura umas duas, três, quatro vezes, quem sabe depois de terminar O MAR( John Banville) , mergulho em Salman até terminar e não deixar-me-ei seduzir por nenhum outro.
Mas já encomendei The White Tiger, adoro literatura Indiana e para mim o mestre é Rohinton Mistry, "Um Delicado Equilíbrio" .
Anônimo disse…
O Legado da Perda de Kiran Desai:
O legado da colonização, encrustado ao pé do Kanchenjunga!
Índia, o cenário é Kalimpong a nordeste do Himalaia, onde nos anos 80 se conflagrou a revolta dos indo-nepaleses ''os ghorkas''. Os personagens carregam as dores da colonização, os conflitos de um oriente abandonado. A solidão ao pé da montanha, talvez seja esta , a grande metafóra da escritora, a montanha é o ocidente. O maior personagem é a alma da Índia, e esta alma está muito bem dilacerada numa narrativa que, no seu realismo duro, consegue captar com grande percepção as delicadezas humanas. O conflito dos personagens entre suas raízes, mas ao mesmo tempo, urgindo pela ocidentalização. Todos personagens carregam a antítese, são belos personagens. Um belo romance.
Anônimo disse…
Corrigindo informação sua: Aravin Adiga tornou-se o quinto autor indiano a ganhar o prêmio, ao lado de V.S. Naipaul, Salman Rushdie, Arundhati Roy e Kiran Desai --eles venceram em 1971, 1981, 1997 e 2006 respectivamente.
Anônimo disse…
Caro Kovacs, o debate anda quentissimo por aqui. Pena que ando sem tempo algum. Bom so passei para te sugerir a leitura da The Atlantic Monthly desse mes. Tem um artigo interessantissimo sob o titulo Why I blog.
Tem umas questoes interesantes por ali. Abracos, Chico
Alexandre Kovacs disse…
Lumdila, sou imensamente grato pelos comentários e informações que valorizaram muito o debate por aqui (você ainda não tem um blog?). Fiquei impressionado com o seu ritmo de leitura, muito bom mesmo! Só não entendo essa sua reatividade com Salman Rushdie, justamente o Booker dos Bookers...

Estou há algum tempo querendo ler "O legado da perda" de Kiran Desai (fiquei apaixonado à primeira vista por este título).

Finalmente, gostaria de defender a minha informação quanto ao número de autores indianos premiados. Na verdade, V. S. Naipaul ganhador do Booker de 1971 (e também prêmio Nobel 2001) é descendente de indianos, mas nascido em Trinidad & Tobago.

Mais uma vez, obrigado pela visita e comentários. Volte quando quiser que será sempre bem vinda!
Alexandre Kovacs disse…
Chico, obrigado por reservar um tempo e passar por aqui. A sua visita sempre agrega valor ao debate. Tenho notado que o seu blog (http://ilusaodasemelhanca.blogspot.com/) está "fechado para obras" já há algum tempo. Espero um breve retorno!
Alexandre Kovacs disse…
Lumdila / Stefânia, de certa forma acho que ambos estamos certos já que V.S. Naipaul é descendente indiano. Obrigado mais uma vez pelas informações e participação.

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