As 20 obras mais importantes da literatura italiana

Literatura italiana

Confesso que me incomoda um pouco a abrangência de uma lista que inclui clássicos como A Divina Comédia de Dante Alighieri e também autores contemporâneos como Elena Ferrante, não que eu tenha algo contra os romances da tetralogia napolitana de Ferrante, muito pelo contrário, até já resenhei alguns deles por aqui. Contudo, fica sempre o constrangimento de estar sendo injusto ao comparar obras de épocas tão distintas. Outro problema é considerar categorias talvez imiscíveis como literatura infantil (Pinóquio de Carlo Collodi) e poesia (Vita d'un uomo de Giuseppe Ungaretti) em uma mesma seleção de obras de literatura. Esta é a maldição das listas! Nunca conseguimos agradar a todos, nem mesmo ao próprio resenhista, fica sempre aquela sensação de deixar de lado algo muito importante. Bem, divulgar e falar sobre livros nunca é tempo perdido, espero que gostem da seleção e perdoem as omissões.

Literatura italiana
(01) A Divina Comédia (1304-1321) - Dante Alighieri (1265-1321)

Uma das obras mais importantes da literatura universal, sempre relançada em novas edições. A imagem ao lado é de um box em pré-venda da editora Nova Fronteira. Sinopse da Editora: "Escrito no século XIV, o poema épico de Dante Alighieri é considerado também um dos textos fundadores da língua italiana. Nele, o escritor apresenta uma jornada inesquecível pelo tormento infinito do Inferno e a árdua subida da montanha do Purgatório até o glorioso reino do Paraíso. Dante conseguiu fundir sátira, inteligência e paixão em uma alegoria cristã imortal sobre a busca da humanidade pelo autoconhecimento e pela transformação espiritual."
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Literatura italiana(02) Decameron (1348-1353) - Giovanni Boccaccio (1313-1375)

Um grupo de jovens, sete moças e três rapazes, se abriga em uma vila isolada em Florença para escapar da peste negra e, durante dez dias, narram 100 contos de forte apelo erótico (principalmente para o século XIV), um livro muito à frente do moralismo medieval. Sinopse da Editora: "Boccaccio não está preocupado com dimensões divinas ou religiosas: seu tema é a vida humana tal como ela se apresenta, e nas cem novelas contidas no Decameron vemos abordados todos os seus aspectos. Comparado com a literatura medieval, o trabalho de Boccaccio é simplesmente revolucionário."

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(03) Cancioneiro (1370) - Francesco Petrarca (1304-1374)

Filólogo e poeta, Petrarca é considerado o inventor do soneto de 14 versos e, juntamente com Dante e Boccaccio, o fundador da língua italiana moderna. Sinopse da Editora: "O Cancioneiro de Petrarca, concluído por volta de 1370, foi o principal modelo de poesia lírica amorosa no Ocidente. Nele, Petrarca abriu o caminho para uma poesia do sentimento, num jogo emocionante com a razão, e com uma nova linguagem. O que há de solene, de quase escultural em Dante torna-se variado, por vezes esvoaçante, em Petrarca. A fortuna favoreceu mais o primeiro, mas o segundo deixou marcas mais fundas, que perduram até hoje na poesia."
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(04) Orlando Furioso (1532) - Ludovico Ariosto (1474-1533)

O grande poema com 46 cantos é uma crítica à decadência da nobreza do sistema feudal da época. Sinopse da Editora: "'Eu não sou quem pareço', diz Orlando, enfurecido de paixão amorosa. Sua figura tresloucada era o que sobrara do paladino cristão, exemplo de sensatez. Narrada, ou melhor, cantada pela insuperável poesia de Ludovico Ariosto, criador de um universo que fascinou Cervantes e Voltaire, Bandeira e Borges. Publicado há quase cinco séculos (1516, com edição definitiva em 1532), Orlando Furioso é contemporâneo de nosso mundo, sempre a ponto de enlouquecer por 'armas e amores'."
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(05) Os Noivos (1840) - Alessandro Manzoni (1785-1873)

I promessi sposi (traduzido como Os Noivos) é a obra mais importante de Alessandro Manzoni. Sinopse da Editora: "Os noivos teve sua edição definitiva em 1840. O romance uma das mais importantes obras da literatura italiana marca o início da modernidade literária (século XIX) na pátria de Dante Alighieri. Dizendo ter encontrado um manuscrito anônimo do século XVII Manzoni cria uma obra de grande sabor humorístico em que a voz do 'descobridor' do documento se mescla à do suposto narrador anônimo para analisar a vida nas cercanias do ducado de Milão – retratada na época do domínio espanhol."
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(06) Os Malavoglia (1881) - Giovanni Verga (1840-1922)

Giovanni Verga foi um dos fundadores do manifesto verista, influenciado pelo positivismo. Neste romance ele compara a "corrente do progresso" à força da maré, que acaba por varrer todos os que tentam resistir a ela. Sinopse da Editora: "Os Malavoglia, talvez o mais notável romance italiano do século XIX, conta a história de uma comunidade de ‘vencidos’: vítimas do ‘fatal’, mas ‘grandioso’ caminho do progresso. É um quadro de desespero existencial e social, que desmente os mitos burgueses e progressistas de seu tempo.”

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(07) As Aventuras de Pinóquio (1883) - Carlo Collodi (1826-1890)

Talvez o mais conhecido e bonito de todos os clássicos da literatura infanto-juvenil, Pinóquio é um personagem criado por Carlo Collodi em Florença no ano de 1881 e publicado dois anos depois com ilustrações de Enrico Mazzanti. Sinopse da Editora: "Cansado da solidão, o velho marceneiro Gepeto fabricou um boneco de madeira, batizando-o com o nome de Pinóquio, que tem seu nariz aumentado toda vez que mente. para deixar de ser um boneco de madeira e tornar-se um menino de verdade, Pinóquio viverá muitas aventuras perigosas."
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(08) O Falecido Matias Pascal (1904) - Luigi Pirandello (1867-1936)

Nobel de Literatura de 1934, foi dramaturgo, poeta e romancista. Mais conhecido por suas peças de teatro como “Seis personagens à procura de um autor”. Sinopse da Editora: "No momento mais crítico de sua vida - desprezado por sua família, acossado por credores, com um trabalho num lugar medíocre, um golpe do acaso muda a vida do jovem Pascal que ganha uma pequena fortuna num cassino e, ao mesmo tempo, é tido como morto, pois o confundem com um cadáver achado em sua cidade natal. Decide assumir uma nova identidade e parte em viagem pela Europa, de modo aventureiro, envolvendo-se em contínuos contratempos."
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(09) A Consciência de Zeno (1923) - Italo Svevo (1861-1928)

Italo Svevo, pseudônimo de Aron Hector Schmitz, foi o primeiro representante da novela psicanalítica na Itália e influenciou autores como James Joyce. Sinopse da Editora: "Graças ao conhecimento que tinha das teorias psicanalíticas, o romancista desenvolveu uma análise psicológica de extrema profundidade mediante a representação interior da neurose do narrador-protagonista, e lançando mão de técnicas narrativas bem modernas, conseguiu transmitir ao leitor o poder sugestivo do pensamento e das recordações."
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(10) É Isto Um Homem? (1947) - Primo Levi (1919-1987)

Primo Levi é conhecido por seus textos memorialistas sobre o sofrimento e a perda da dignidade humana durante o Holocausto da Segunda Grande Guerra, ele foi prisioneiro e um dos sobreviventes do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Sinopse da Editora: "Em 'É isto um homem?', Primo Levi, escritor italiano de origem judaica, não só relata os horrores que viveu em Aushwitz - campo de concentração nazista - como também leva os leitores a uma reflexão profunda sobre a a frágil condição humana."
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(11) Ofício de Viver: Diário (1935-1950) - Cesare Pavese (1908-1950)

Pavese lutou contra o fascismo e cumpriu pena de três anos de prisão no sul da Itália. Nessa época, iniciou o seu diário "O Ofício de Viver". Sinopse da Editora: "Este diário só foi publicado após a morte do autor, em 1952. Pavese, de origem humilde, filho de camponeses, aderiu como estudante universitário ao movimento comunista clandestino e passou a escrever artigos aparentemente literários, mas de cunho antifascista. Aqui, com franqueza total e autocrítica dilacerante, o autor relata magistralmente suas derrotas no amor e na vida."
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(12) O Leopardo (1958) - Giuseppe Tomasi di Lampedusa (1896-1957)

Romance histórico sobre a decadência da aristocracia siciliana, inspirado na família do próprio autor, tornou famosa a seguinte citação aplicável à nossa crise política atual: "Algo deve mudar para que tudo continue como está"Sinopse da Editora: "Itália, anos 1860, Risorgimento. Os fragmentados estados italianos estavam em um tormentoso processo de unificação, e o estabelecimento de uma nova ordem se mostrava cada vez mais pungente. Ambientado num universo intensamente melancólico e sensual e repleto de elementos de ironia e humor."
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(13) O jardim dos Finzi-Contini (1962) - Giorgio Bassani (1916-2000)

Bassani foi um romancista, poeta e editor, crítico da burguesia judaica italiana. Sinopse da Editora: "Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, enquanto o nazismo e o fascismo avançavam pela Europa, a aristocrática família Finzi-Contini insiste em tentar ignorar o crescente preconceito contra os judeus. Os irmãos Alberto e Micòl continuam protelando a formatura: ocupam o tempo realizando competições de tênis com os amigos na quadra de sua bela casa; os pais, por sua vez, fingem não notar o avanço da doença de Alberto, que enfraquece a cada dia."
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(14) Vita d'un uomo (1969) - Giuseppe Ungaretti (1888-1970)

É considerado por muitos críticos como um dos mais representativos poetas italianos do século XX e um dos fundadores da escola hermética na Itália, juntamente com Eugenio Montale (1896-1981) e Salvatore Quasimodo (1901-1968). Ungaretti foi menos premiado que os dois conterrâneos, talvez por suas ideias políticas fascistas. A Editora Mondadori publicou toda a sua obra em um volume chamado de Vita d'un uomo, dividido em poesia, traduções, prosa de viagens e Ensaios. Ler mais aqui sobre este autor no Mundo de K. 
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(15) As Cidades Invisíveis (1972) - Italo Calvino (1923-1985)

Em "As cidades invisíveis", Italo Calvino imagina um diálogo entre Marco Polo e o poderoso imperador mongol Kublai Khan. O livro, que não se pode definir facilmente, é a descrição de Polo das 55 cidades que ele supostamente teria visitado em um império que incorporava no século XIII as regiões ocupadas hoje pela Mongólia, Tibete e a China. Algumas versões da biografia do mercador veneziano consideram que ele realmente passou 17 anos na região (enquanto outras questionam até mesmo a sua existência). Italo Calvino não tem compromisso com a geografia em suas descrições que são ao mesmo tempo irreais e maravilhosas.
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(16) O Nome da Rosa (1980) - Umberto Eco (1932-2016)

Um romance de difícil classificação, assim como o seu erudito autor, porém o que mais se poderia esperar de um filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo como o saudoso Umberto Eco? Sinopse da Editora: "O frei Guilherme de Baskerville recebe a missão de investigar a ocorrência de heresias em um mosteiro franciscano. Porém, a morte de sete monges em sete dias, em circunstâncias insólitas, muda o rumo da investigação (...) Marcada pela ironia de Eco, a narrativa é repleta de mistérios, com símbolos secretos e manuscritos codificados, mas também explora profundas questões filosóficas.
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(17) Como Deus Manda (2006) - Niccolò Ammaniti (1966-)

Premiado escritor traduzido para mais de 40 idiomas. Sinopse da Editora: "Numa planície encharcada de chuva, num lodaçal às margens de tudo, onde os campos e os rios se misturam com os galpões, as casas com gramado na frente e as concessionárias de automóveis, vivem um pai e um filho. Rino e Cristiano Zena. Unidos por um amor visceral que se nutre de prepotência e violência (...) Um romance poderoso, uma sinfonia em que a tragédia mais profunda e o humor mais desenfreado se fundem, dando vida a um grande afresco social e determinando o ritmo de uma história que nos deixa sem fôlego até a última página."
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(18) La Folie Baudelaire (2008) - Roberto Calasso (1941-)

Calasso é ensaísta e editor, um dos mais celebrados intelectuais europeus contemporâneos. Sinopse da Editora: "Se Paris foi mesmo a “capital do século XIX”, como queria Walter Benjamin, Charles Baudelaire seguramente compôs a figura que mais lhe emprestou uma fisionomia moderna. Partindo desse pressuposto, Roberto Calasso dá a ver neste livro um magistral retrato de grupo, em cujo centro está o poeta de As flores do Mal, cercado por uma pequena multidão de artistas, escritores e intelectuais que para ele convergem e dele derivam incessantemente."
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(19) A Solidão dos Números Primos (2008) - Paolo Giordano (1982-)

Uma das jovens promessas da literatura italiana. Sinopse da Editora: "Em sua estreia literária, com apenas 25 anos, o escritor italiano Paolo Giordano conseguiu alcançar um equilíbrio raro a experientes autores: aclamado pela crítica europeia, foi recebido de braços abertos também pelo público. O romance 'A solidão dos números primos' recebeu o prêmio Stregga e a menção honrosa do Campiello, os dois prêmios mais importantes da Itália, onde já foi lido por mais de um milhão e 300 mil pessoas – marca que o elevou ao topo da lista dos mais vendidos."
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(20) Tetralogia Napolitana (2011-2014) - Elena Ferrante (?-)

Uma ambiciosa tetralogia da incógnita autora (como ela consegue permanecer incógnita hoje em dia?) Elena Ferrante sobre a amizade de duas personagens, Elena Greco e Lila Cerullo, que nasceram em 1944 e cresceram juntas em um subúrbio de Nápoles. A série é composta pelos romances: A amiga genial (2011), História do novo sobrenome (2012), História de quem foge e de quem fica (2013) e História da Menina Perdida (2014) - Sigam os links para ler as resenhas do Mundo de K.

Comentários

Rodrigo disse…
O deserto dos tártaros, Dino Buzzati é meu livro italiano preferido.
Alexandre Kovacs disse…
Ou Rodrigo, boa escolha! Obrigado pela visita e comentário.
Washington Ramos disse…
Trata-se de uma boa lista, da qual li apenas quatro livros: Divina Comédia, Os Noivos, O Leopardo, O Nome da Rosa. Talvez fosse interessante colocar "Se um viajante numa noite de inverno", de Ítalo Calvino, no lugar de "As cidades invisíveis".
Alexandre Kovacs disse…
Oi Washington, grato pelo comentário. Difícil escolher apenas um livro de Ítalo Calvino não é mesmo?

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