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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Lygia Fagundes Telles - Ciranda de Pedra

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Lygia Fagundes Telles - Ciranda de Pedra - 224 páginas - Lançamento original 1954, reeditado pela Companhia das Letras em 20/10/2009. O talento de Lygia no domínio da narrativa curta é comparável aos maiores mestres do gênero, tais como Tchekhov e Nabokov (leia aqui a resenha do Mundo de K para a antologia de contos " Antes do Baile Verde" ). Neste seu primeiro romance já fica clara esta preferência da autora pela precisão no texto, assim como as mínimas interferências do narrador, definindo em poucos traços e indícios sutis o perfil psicológico dos personagens. De fato, em " Ciranda de Pedra" , o leitor vai descobrindo pelos olhos da protagonista Virgínia, uma criança na primeira parte do romance, os detalhes do seu envolvimento com as duas irmãs, Otávia e Bruna, os motivos da separação dos pais e de ter sido ela, filha caçula, a única das três filhas a ter saído de casa e ido morar com a mãe e o homem causador da separação. Virgínia cresceu dividida entr

Jostein Gaarder - O Mundo de Sofia

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Jostein Gaarder - O Mundo de Sofia - Editora Companhia das Letras, Selo Seguinte - 568 páginas - Lançamento 19/11/2012 - Tradução direta do norueguês por Leonardo Pinto Silva. O romance da história da filosofia como indica o subtítulo da edição brasileira e também como ficou conhecida a obra do norueguês Jostein Gaarder, traduzido para mais de cinquenta idiomas e sucesso de vendas  em todo o mundo, inclusive no Brasil, com mais de um milhão de exemplares vendidos. Um livro que ajudou a divulgar o estudo da filosofia para o grande público por meio de uma linguagem simples e comparações didáticas que reduzem a complexidade de algumas escolas filosóficas desde o período pré-socrático até o existencialismo do século XX, sempre com uma abordagem clara sobre o contexto histórico (bem que a Companhia das Letras poderia ter caprichado um pouco mais no projeto gráfico da capa desta nova edição, bem inferior à primeira versão). O argumento do romance é um suspense que tem como base algun

Exposição Múltiplo Leminski

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Finalmente chegou ao Rio de Janeiro a exposição Múltiplo Leminski que já foi visitada por cerca de 350 mil pessoas em sete capitais brasileiras. Reunindo um grande acervo da família do poeta Paulo Leminski (1944 - 1989), a mostra ficará em cartaz até 06 de março  de 2016 na CAIXA Cultural. São mais de mil objetos originais entre fotos, livros, pinturas, poesias, vídeos e filmes. Um programa imperdível para os fãs de Leminski que poderão conhecer outras expressões artísticas do poeta, tais como: músico, compositor, romancista, tradutor, ensaísta, judoca e publicitário. Conheça a página oficial da exposição com  este link ou clique  aqui para seguir no facebook com atualizações, fotos, vídeos e muitos poemas do autor.     Diversonagens suspersas     (Paulo Leminski)     Meu verso, temo, vem do berço.     Não versejo porque quero,     versejo quando converso     e converso por conversar.     Pra que sirvo senão pra isto,     pra ser vinte e pra ser visto,

As aquarelas hiper-realistas de Liu Yungsheng

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O hiper-realismo já é um movimento conhecido, utilizando normalmente técnicas como o uso de Airbrush (Aerógrafo) e até mesmo fotografias digitais como ponto de partida para conseguir maior fidelidade e aspecto mais realista. Há críticos que desprezam e não identificam este movimento como arte contemporânea devido à facilidade do apelo comercial.  No entanto, o que é novo e surpreendente no trabalho do artista chinês Liu Yungsheng é o resultado obtido por meio de técnicas tradicionais de pintura com aquarela que conseguem reproduzir o efeito da luz e detalhes dos modelos como se observássemos uma fotografia (cliquem nas imagens para ampliá-las). Nascido em Xangai em 1958, Liu Yungsheng valoriza os temas da região do Tibet, principalmente o olhar da gente simples de seu povo, transformando o que poderia ser apenas uma curiosa técnica em pura arte. Obras que remetem a um sentimento de humanidade universal e expressam a força da vida cotidiana nos rostos de mulheres, crianças

Haruki Murakami - Homens sem Mulheres

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Haruki Murakami - Homens sem Mulheres - Editora Objetiva, Selo Alfaguara - 240 páginas - Tradução direta do japonês por Eunice Suenaga - Lançamento no Brasil: 01/10/2015. Sete contos inéditos no Brasil, sendo três deles já traduzidos para o inglês em 2015 e lançados em revistas literárias como a New Yorker, siga os links para conhecer: Yesterday , Sherazade e Kino . Todos os textos têm uma unidade temática que os ligam com diferentes abordagens: a solidão e o abandono do ponto de vista masculino, a dificuldade dos homens em entender e lidar com o universo feminino. Um dos personagens, por exemplo, afirma que as mulheres nascem com uma espécie de órgão independente especial para mentir, principalmente para assuntos importantes e são capazes de não alterar a expressão do rosto nem o tom de voz nesse momento. É claro que nem todas as narrativas têm este foco, de certa forma, "machista". De qualquer forma, uma característica comum e marcante de todos os contos é que, norm

Graciliano Ramos - Conversas

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Graciliano Ramos - Conversas - Editora Record - 420 páginas - Organização Ieda Lebensztayn e Thiago Mia Salla - Lançamento 2014. Graciliano Ramos (1892-1953) sempre foi conhecido como homem ensimesmado e avesso a conversas, costumava declarar inclusive que não gostava de vizinhos. Essa postura intimista do autor reveste a iniciativa desta edição de uma importância ainda maior porque, devido à característica arredia do velho Graça, como era chamado nos encontros na livraria José Olympio no Rio de Janeiro pelos amigos intelectuais da época como: Aurélio Buarque de Holanda, José Lins do Rego e Otto Maria Carpeaux, entre outros (provando que ele não era assim tão introspectivo), existe hoje uma carência de informações sobre o seu modo de pensar e fazer literatura o que justifica este livro como um resgate do nosso patrimônio cultural e uma chance de conhecermos um pouco mais dos pensamentos do autor de "Vidas Secas" , uma das obras mais importantes já escritas em nosso paí

Banana Yoshimoto - Tsugumi

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Banana Yoshimoto - Tsugumi - Editora Estação Liberdade - 184 páginas - tradução direta do japonês de Lica Hashimoto - Lançamento 2015  Publicado originalmente em 1989, este livro é um exemplo do estilo delicado, intimista e simples de Banana Yoshimoto (para conhecer mais sobre a autora, leiam as resenhas de Kitchen e The Lake  no Mundo de K), estilo que ajudou muito a popularizar outros escritores japoneses contemporâneos no ocidente e rendeu vários prêmios à autora em todo o mundo. O romance é narrado em primeira pessoa por Maria Shirakawa que vive desde pequena com a mãe nos fundos de uma pousada localizada em uma das cidades do complexo balneário da península de Izu, a pousada é propriedade dos tios  e ela cresce em companhia das duas primas, Yoko e Tsugumi. Maria precisará se mudar para Tóquio, onde cursará a faculdade, depois que o pai decidiu assumir a relação clandestina com a mãe e terminar o seu casamento oficial sem filhos (uma situação pouco comum, mesmo no Japão at