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Mostrando postagens de novembro, 2019

Chico Buarque - Essa gente

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Chico Buarque - Essa gente - Editora Companhia das Letras - 200 Páginas - Capa e projeto gráfico de Raul Loureiro - Lançamento: 09/11/2019. O lançamento do sexto romance de Chico Buarque ocorre no ano em que o cantor, compositor, poeta e escritor se consagrou ao receber o Prêmio Camões, uma das distinções mais importantes da área de literatura em língua portuguesa. Essa gente  vai surpreender o público pela linguagem simples e ritmo veloz, características pouco comuns nas obras anteriores do autor, normalmente de estrutura narrativa mais formal. O livro é constituído por blocos de texto na forma de entradas de diário, alternando cartas e mensagens, diálogos e trechos de conversas telefônicas, no período entre dezembro de 2016 e setembro de 2019.  Ao focar a ação no tempo presente, o autor corre o risco de assumir uma literatura panfletária em função da atual tendência de polarização política, uma vez que Chico Buarque é um dos alvos prediletos da direita, contudo, no final, gan

Vencedores do Prêmio Jabuti 2019

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Divulgados os vencedores da 61ª edição do Prêmio Jabuti. O livro Uma história da desigualdade (Hucitec), de Pedro Ferreira de Souza, levou o prêmio principal da noite e também o primeiro lugar da categoria Humanidades. Na categoria Romance, o vencedor foi O pai da menina morta (Todavia), de Tiago Ferro. Na categoria Crônica, venceu  Pós-F (LeYa), de Fernanda Young. Em Contos, Um beijo por mês (Luna Parque), de Vilma Arêas. Jorge Amado: uma biografia (Todavia), de Josélia Aguiar, ganhou o troféu de Biografia. Segue abaixo a relação completa de vencedores de cada uma das categorias: Conto:  Um beijo por mês  - Vilma Arêas - Editora: Luna Parque Crônica:  Pós-F: para além do masculino e do feminino - Fernanda Young - Editora: LeYa Histórias em Quadrinhos:  Graphic MSP - Jeremias: Pele - Rafael Calça, Jefferson Costa - Editora: Panini, Mauricio de Sousa Infantil:  A Avó Amarela - Júlia Medeiros, Elisa Carareto - Editora: ÔZé Editora Juvenil:  História

Leonardo Padura - Hereges

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Leonardo Padura - Hereges - Boitempo Editorial - 512 Páginas - Tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht - Capa de Ronaldo Alves - Lançamento no Brasil: 2015 Depois do grande sucesso de público e crítica de seu romance histórico O homem que amava os cachorros e também do policial A neblina do passado (sigam os links para as respectivas resenhas do Mundo de K), Leonardo Padura se tornou um dos escritores cubanos mais conhecidos no Brasil. Em Hereges  o leitor reencontrará um dos personagens mais famosos e carismáticos do autor, o  detetive Mario Conde, um escritor frustrado que, após a sua saída dos quadros da polícia local, sobrevive à base de expedientes, comprando e vendendo livros usados, assim como boa parte da população de Havana, uma geração desiludida com os rumos da revolução. Lançado originalmente em 2013, o livro combina os dois estilos – romance histórico e policial noir – em um ambicioso projeto narrativo que conecta uma série de fatos e personagens ao longo de mui

Patti Smith - O ano do macaco

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Patti Smith - O ano do macaco - Editora Companhia das Letras - 168 Páginas - Traduçao de Camila von Holdefer - Capa de Fabio Uehara - Foto de capa: Barre (Skills) Durya Lançamento: 28/10/2019. Assim como Just Kids , vencedor do National Book Award de 2010 e Linha M , seus dois livros anteriores lançados no Brasil, O ano do macaco também não pode ser classificado em uma única categoria, seja autobiografia, ficção, ensaio ou poesia, apresentando uma mistura de todas elas ao mesmo tempo, assim como a performática poeta, compositora, escritora e artista plástica Patti Smith, sem falar nas citaçoes musicais e literárias que extrapolam em muito as referências locais da cultura norte-americana. Por outro lado, a autora exercita uma técnica pouco explorada nas suas outras obras, a influência do inconsciente ou um certo estado alucinatório na narrativa, fazendo com que o limite entre sonho e realidade se torne indistinto. A prosa poética original foi preservada na excelente tradução

Vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura 2019

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Divulgados os vencedores da 12ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura, versão 2019. A premiação, promovida pelo Governo do Estado de São Paulo, foi dividida este ano em duas categorias:  “Melhor Romance de Ficção do Ano de 2018” e “Melhor Romance de Ficção de Estreia do Ano de 2018”, cada um receberá um prêmio de R$ 200 mil. Mesmo com a redução de uma categoria neste ano, ainda é o maior concurso literário do Brasil em premiação individual para o gênero. Na categoria de  “Melhor Romance de Ficção do Ano de 2018” a carioca Ana Paula Maia levou pela segunda vez seguida o Prêmio São Paulo de Literatura, dessa vez com  Enterre Seus Mortos (Editora Companhia das Letras). Ela já havia vencido em 2018 com o livro Assim na Terra Como Embaixo da Terra .  Na categoria de  “Melhor Romance de Ficção de Estreia do Ano de 2018” o vencedor foi Tiago Ferro com O Pai da Menina Morta  (Editora Todavia).

Nicole Krauss - Floresta Escura

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Nicole Krauss - Floresta Escura - Editora Companhia das Letras - 304 Páginas - Tradução de Sara Grünhagen - Lançamento: 2018 A escritora norte-americana de ascendência judaica Nicole Krauss é reconhecida pela crítica como um nome de destaque na literatura contemporânea em língua inglesa. No seu  quarto romance, Floresta Escura , ela apresenta uma curiosa reflexão sobre perda e transformação. Em narrativas paralelas e capítulos alternados, descreve a saga de dois protagonistas que não têm nada em comum, exceto o desconforto com suas vidas atuais. Jules Epstein é um advogado de 68 anos que decide doar grande parte de sua riqueza, após a morte dos pais e o seu processo de divórcio. Já Nicole (sem sobrenome), é uma personagem que evidencia um mecanismo claro de metaficção, ela é uma autora com a carreira já consolidada, mas que passa por um bloqueio criativo para escrever o próximo romance. A narrativa tem início com o desaparecimento de Jules Epstein em Tel Aviv, com a família e a

Finalistas do Prêmio Oceanos 2019

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Divulgados os dez finalistas do Prêmio Oceanos de Literatura, versão 2019. Dentro da proposta de configurar um instantâneo da produção literária em língua portuguesa nos diferentes gêneros e representando diferentes países, classificaram-se nove romances e uma coletânea de contos. Neste ano, nenhum livro de poesia, acho difícil entender este critério! Concorrem ao prêmio cinco brasileiros, quatro portugueses e um angolano. A partir de 2015 o Prêmio Portugal Telecom de Literatura foi cancelado pelos antigos patrocinadores, passando a ser chamado de Oceanos - Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa e patrocinado pelo Itaú Cultural. Segundo informações da organização, a edição de 2019 assinalou um recorde de livros concorrentes: 1.467 obras de 14 editoras e 10 países tiveram inscrição validada pela Curadoria do prêmio. Este anos serão escolhidas três obras vencedoras que serão divulgadas no dia 5 de dezembro, no Itaú Cultural, em cerimônia aberta ao público e transmitida ao vivo

Deborah Dornellas - Por cima do mar

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Deborah Dornellas - Por cima do mar - Editora Patuá - 360 Páginas - Projeto gráfico de Beatriz Agnelli - Ilustrações de Deborah Dornellas - Orelha de Lilia Guerra - Lançamento: 2018. O romance de estreia de Deborah Dornellas, vencedor do Prêmio Casa de Las Américas, categoria Literatura Brasileira, surpreende pelo cuidado e veracidade na criação da protagonista, Lígia Vitalina da Conceição Brasil, uma mulher negra que relembra passagens de sua vida desde a infância pobre em Ceilândia até o tempo presente, já casada e morando em Angola. Uma obra que reflete sobre a diáspora dos africanos "que ficaram pelo caminho, mortos nos porões dos navios-túmulos e jogados ao mar-túmulo" ou "mortos logo ao chegar à terra estranha" . A personagem faz uma travessia Atlântica inversa, retornando ao local de origem dos antepassados. Lígia Vitalina  é uma excluída do sistema assim como o pai, um dos muitos trabalhadores que imigraram para construir a cidade de Brasilia