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Mostrando postagens de novembro, 2010

Revista Minotauro N° 1

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A revista Minotauro é inspirada na francesa Minotaure, editada na década de 30 durante o movimento surrealista na literatura e artes plásticas com a colaboração de autores como André Breton, Paul Éluard,  Bataille e Aldous Huxley , além de artistas plásticos como Picasso, Miró, Chagall, Matisse, Max Ernst e Diego Rivera. O último número da Minotaure foi publicado em 1939 devido à crise econômica  na Europa às vésperas da Segunda Guerra. Com uma tiragem de 500 exemplares numerados e editada por Cassiano Viana e Diego Paleólogo, a revista Minotauro, que tem nesta edição o tema “Espelhos”, conta com textos de Armando Freitas Filho, Cassiano VIana, Flávio Colker, Luciano Trigo, Jorge Emanuel Espinho, Julio Silveira, Fred Coelho, traduções de Sylvia Plath, por Marina Della Valle, e Kraftwerk, por Sergio Werner. Imagens de Kelly Lima, Henrique Balthazar, Marta Egrejas, Bruno Moreschi, Isabela Lira, Guilherme Kato, Bárbara Magri, Marcone Moreira e Pedro Koblitz. Com periodicidad

As 10 melhores livrarias do mundo

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Segundo o site de turismo Lonely Planet, as livrarias são as melhores amigas dos viajantes: elas proporcionam abrigo e diversão durante o mau tempo, são uma fonte confiável de mapas e guias de viagem e frequentemente patrocinam leituras e outros eventos culturais. A relação abaixo foi retirada do guia Lonely Planet’s Best in Travel 2011 e estou apenas resumindo em tradução livre. Vale ressaltar que o critério aqui é mais turístico do que relativo à qualidade e variedade do acervo  de livros. Ver também postagem semelhante do Mundo de K, "As livrarias mais belas do mundo ", clicando aqui . 1. City Lights Books, San Francisco, EUA A livraria de Lawrence Ferlinghetti City Lights Books ainda é uma das mais cultuadas quase 60 anos depois de sua criação e tem sido um ponto de encontro para ícones da literatura americana, desde os escritores da geração beat como Jack Kerouac e Allen Ginsberg. Ela é considerada, ainda hoje, um centro da cena cultural vibrante d

Paul Celan e o poema hermético

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Paul Celan (1920-1970) nasceu em Chernovitz (antiga Roménia, hoje Ucrânia), filho de judeus de língua alemã que foram mortos nos campos de concentração, Celan sobreviveu ao holocausto e se tornou um dos maiores nomes da poesia alemã do pós-guerra tendo sido vencedor do prêmio Georg Büchner em 1960. Ele foi também um grande tradutor de poetas como Shakespeare, Rimbaud, Valéry e Fernando Pessoa. Um dos seus poemas mais conhecidos é Todesfuge (Fuga da Morte) .  Mas o que eu quero destacar nesta postagem é a característica hermética da maioria de seus poemas, especialmente aqueles que podem ser chamados de epigramas. Eu chamaria o exemplo abaixo de poema-granada, um poema que não precisa de muito espaço (três linhas no caso) para desenvolver  o tema e chegar à ideia principal da composição, gerando um efeito devastador. Afinal, como ensina Ferreira Gullar , o poema tem que ser um relâmpago. Eras a minha morte: a ti eu poderia reter quando tudo me desertava. Flavio R.

Objeto de Desejo

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O Outono da Idade Média - Johan Huizinga - Editora Cosac Naify - 656 páginas e 320 ilustrações - Ensaios de Anton van der Lem e Peter Burke - Tradução de Francis Petra Janssen. Mais um lançamento caprichado da Cosac Naify que, nesta edição em tiragem única de 5 mil exemplares, apresenta aos leitores brasileiros a obra de Johan Huizinga (1872-1945), publicada originalmente em 1919. Esta versão foi traduzida para o português a partir da edição especial holandesa Herfsttij der middeleeuwen de 1997 que acrescentou 320 imagens à edição original, a maior parte delas guardadas em arquivos e bibliotecas de difícil acesso. A ideia central é de que a Idade Média talvez não seja afinal a idade das trevas, como aprendemos a conhecê-la, e de que "não passaria de uma transição, longa e letárgica, entre o brilho da Antiguidade e o do Renascimento" . A Cosac Naify incluiu também uma entrevista com o historiador francês Jacques Le Goff e um ensaio biográfico de Huizinga, escr

Vencedores do Prêmio Portugal Telecom 2010

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Leite Derramado (editora Companhia das Letras), de Chico Buarque, foi o vencedor da oitava edição do Prêmio Portugal Telecom e receberá uma premiação de R$ 100 mil. Em segundo lugar ficou o romance Outra Vida (editora Alfaguara), de Rodrigo Lacerda, que ganhará R$ 35 mil, e em terceiro, o volume de poemas Lar (editora Companhia das Letras), de Armando Freitas Filho, que levará R$ 15 mil. Chico Buarque declarou que não leu todos os concorrentes, mas que Leite Derramado "não é um mau livro" , afirmando também que "merecia estar entre os primeiros, talvez" . Chico Buarque repetiu a dose após ter levado também em 05/11 o Jabuti 2010 em escolha do júri oficial formado por editores e também do júri popular, uma novidade na edição deste ano. Interessante que, na categoria Romance do mesmo Jabuti 2010, Leite Derramado havia ficado em segundo lugar atrás de Edney Silvestre com Se eu fechar os olhos agora (editora Record).

O Mundo Mágico de Escher

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  Certamente vocês já se surpreenderam com alguma ilustração de Maurits Cornelis Escher (1898-1972) em um antigo livro de geometria ou física do ensino fundamental ou em páginas pela Internet. Escher se tornou popular como  o mestre da ilusão de ótica e  criador das "estruturas impossíveis" representadas nos dois exemplos abaixo e também (as minhas preferidas) ilustrações com base em padrões geométricos repetitivos como a imagem que abre esta postagem. A boa notícia é que o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) está exibindo uma exposição com o título de O Mundo Mágico de Escher , programada para o período de 12 de outubro a 26 de dezembro na sede do CCBB de Brasília e que deverá passar depois pelo Rio de Janeiro e São Paulo . A mostra reúne cerca de 92 obras, entre gravuras originais e desenhos, incluindo os trabalhos mais conhecidos do artista além de algumas experiências e filme 3D que demonstram os efeitos óticos e de espelhamento que Escher utilizava em

Robert Bly

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O poeta e ativista político americano Robert Bly, nascido em 1926 e vencedor do National Book Award em 1968 com o livro de poemas The Light Around the Body , ficou conhecido por sua atuação contra a participação dos EUA na guerra do Vietnam, tendo fundado em 1965 a organização: American Writers Against the Vietnam War. Na semana passada estava lendo uma antologia sobre a nova poesia americana (organização de Kerry Shawn Keys - Editora Escrita - 1980) quando me deparei com o poema abaixo que ironiza o comportamento das agências de notícia e a sua mórbida fixação pela contagem de corpos. Apesar de ter sido escrito nos anos sessenta, durante a guerra do Vietnam é válido para qualquer conflito e ainda é tristemente atual. Segundo Robert Bly declarou em 2007 (ler a matéria completa clicando aqui ): "é muito apropriado termos poemas contra a guerra e também bastante apropriado não ficarmos desapontados se nada mudar". Eu diria que, mesmo assim, valeu a tentativa.  

Julio Cortázar - Papéis Inesperados

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Julio Cortázar - Papéis Inesperados - Editora Civilização Brasileira - 487 páginas - Publicação 2010 - Tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht - Compilação de Aurora Bernárdez, viúva do escritor, e Carles Álvarez Garriga Um livro póstumo com seleção de textos inéditos e dispersos, lançado vinte e cinco anos após a morte do autor, sempre desperta alguma suspeita quanto ao caráter oportunista dos editores, mas posso garantir que não é o caso deste "Papéis Inesperados" de Julio Cortázar (1914-1984) como esclareceu muito bem Carlos Álvarez Garriga, um dos compiladores desta antologia, no prólogo: "Editar textos póstumos traz à memória de todos o episódio Kafka/Brod e as duas correntes de pensamento que se enfrentam a esse respeito: os 'leitores-herói' querem ler até os bilhetes para o padeiro, enquanto os 'leitores-vinagrete' têm uma imagem fixa do escritor - a quem não necessariamente frequentam - e consideram uma traição à sua memória, e um abuso