Postagens

Mostrando postagens de março, 2019

Thiago Medeiros - Claro é o mundo à minha volta

Imagem
Thiago Medeiros - Claro é o mundo à minha volta - Editora Patuá - 148 Páginas - Editor: Eduardo Lacerda - Ilustração, Projeto gráfico e Diagramação: Leonardo Mathias - Lançamento: 2019 Thiago Medeiros "escreve para não esquecer de si mesmo", esta é a declaração que encerra a biografia resumida do autor no final do livro, muito mais do que uma linda frase – como ela realmente é –, resume um compromisso do escritor e poeta com tudo aquilo que é próprio da natureza humana ao se deparar com os sinais de sua grandeza e também de suas limitações. É na busca de sentido para uma breve e frágil existência que a literatura sempre oferece não uma explicação, mas ao menos algum tipo de conforto, uma espécie de alternativa para a religião, que me perdoem os leitores pela força de expressão. O autor trabalha com a representação das transformações do corpo como matéria-prima poética e metáfora para descrever os estados da alma dos seus personagens em constante descoberta das cois

Finalistas do Prêmio Açorianos de Literatura 2018

Imagem
Finalistas das Categorias de Narrativa Longa e Contos A Secretaria Municipal de Cultura da prefeitura de Porto Alegre divulgou os finalistas da 25ª edição do Prêmio Açorianos de Literatura. A premiação, criada em 1994, é a mais importante no Rio Grande do Sul, contribuindo para o estímulo e reconhecimento de obras, autores, editoras e projetos. Atualmente, a avaliação é dividida em oito categorias: Conto, Crônica, Ensaio de Literatura e Humanidades, Especial, Infantil, Infantojuvenil, Narrativa Longa e Poesia. Algumas das obras selecionadas foram resenhadas no Mundo de K no ano passado, são elas, na categoria Conto:  As coisa s  de Tobias Carvalho (ler resenha aqui )  e  O sagrado coração do homem  de Michel de Oliveira (ler resenha aqui ); na categoria Narrativa Longa:  De espaços abandonados  de Luisa Geisler (ler resenha aqui ). Conforme informado no site da SMC, a cerimônia de premiação ocorrerá na Noite do Livro, em 23 de abril, no Teatro Renascença, na avenida Erico Ve

Cinthia Kriemler - Todos os abismos convidam para um mergulho

Imagem
Cinthia Kriemler - Todos os abismos convidam para um mergulho - Editora Patuá  272 Páginas - Projeto gráfico e Diagramação: Leonardo Mathias - Lançamento: 2017 Neste romance de estreia, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2018, Cinthia Kriemler demonstra segurança ao abordar temas difíceis e, infelizmente, cada vez mais comuns em nossa sociedade: violência de gênero doméstica, abuso sexual e depressão. Apesar da abordagem psicológica e da carga de sofrimento associada a esses assuntos, a autora sabe como prender a atenção do leitor desde o início até o final do livro com uma narrativa veloz, feita de sentenças curtas e cortantes como golpes, ações que surpreendem e revelam intenções e motivações dos personagens em cada parágrafo.  T alvez seja uma técnica adquirida por meio de seus livros anteriores, todos de narrativas curtas ou crônicas: Na escuridão não existe cor-de-rosa (Editora Patuá, contos, 2015) – obra semifinalista do Prêmio Oceanos 2017; Sob os escombros

Carina S. Gonçalves - Nada Acontece

Imagem
Carina S. Gonçalves - Nada Acontece - Editora Urutau - 70 Páginas - Lançamento: 01/12/2018. Tem vezes que nada acontece na minha vida e aposto como é assim também com você, caro leitor. Nem sempre os nossos dias são feitos de grandes vitórias ou mesmo estrondosas derrotas, guinadas do destino ou epifanias surpreendentes. Para dizer a verdade, quase nunca é assim, na maior parte do tempo permanecemos encalhados em atividades repetitivas, lutando contra prazos ou postergando decisões. Contudo, quem sabe a vida aconteça justamente em torno desse vazio, nas miudezas do cotidiano, enquanto estamos distraídos sonhando com entrevistas imaginárias que daremos quando, finalmente, publicarmos aquele livro importante e genial que escreveremos em algum outro dia, quando não estivermos tão ocupados. Nada Acontece é uma coletânea de poemas que estavam escondidos nos locais menos prováveis: na calça com um furo na bunda, no buraco da parede ou no cachorro vira-lata, sozinho na rua. Cuidad

João Guimarães Rosa - Grande sertão: veredas

Imagem
João Guimarães Rosa - Grande sertão: veredas - Editora Companhia das Letras - 552 Páginas -  Capa e projeto gráfico: Alceu Chiesorin Nunes -  Ilustrações das orelhas e do miolo: Poty Lazzaroto - Lançamento: 25/02/2019 ( Leia aqui um trecho em pdf disponibilizado pela Editora). Uma justa homenagem a um livro fundamental da literatura brasileira, romance-monumento para se ler e reler durante toda a vida e que permanece moderno e desafiador devido à sua estrutura complexa e ao experimentalismo linguístico. Esta edição da Companhia das Letras, nova detentora dos direitos de publicação da obra, seguiu o texto consolidado por Guimarães Rosa na segunda edição, publicada pela Livraria José Olympio Editora em agosto de 1958, incluindo ainda uma linha do tempo sobre a vida do autor e sua obra, indicações de leituras complementares e fortuna crítica sobre Grande sertão: veredas , com uma seleção cronológica de ensaios de Roberto Schwarz, Walnice Nogueira Galvão, Benedito Nunes, Davi Arrigu

Tadeu Sarmento - Um carro capota na lua

Imagem
Tadeu Sarmento - Um carro capota na lua - Tercetto Editora - 82 Páginas  Projeto gráfico e capa: Glória Campos - Fotografia e pesquisa iconográfica para capa: Thais Guimarães -  Revisão: Adriane Garcia - Lançamento: Dezembro/2018. Livro vencedor do Prêmio Governo Minas Gerais de Literatura, na categoria Poesia, em 2016, Um carro capota na lua , de Tadeu Sarmento, foi finalmente publicado como livro inaugural da Tercetto Editora, um projeto da poeta Thais Guimarães e da designer gráfica Glória Campos. Um lançamento que comprova como o livro impresso ainda é viável no mercado editorial, assim como a existência e persistência de um público leitor de poesia em nosso país, apesar de tudo. Tadeu Sarmento sabe muito bem lidar com o espanto, matéria-prima de todo bom poeta que tenta surpreender o leitor em seu triste e insípido cotidiano, recriando uma nova realidade, mesmo que ela seja completamente nonsense. Esta é a chave do movimento surrealista na literatura, quando escrito