Constança Guimarães - Como se a gente conseguisse medir o tamanho do escuro
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Constança Guimarães - Como se a gente conseguisse medir o tamanho do escuro - Editora Urutau - 122 Páginas - Capa e Diagramação de Victor Prado - Lançamento: 2020. No livro de Constança Guimarães as memórias são pontos de partida para o fazer poético e, ao costurar ficção e realidade com muita sensibilidade, ela me faz lembrar da polonesa Wislawa Szymborska quando, por exemplo, dá vida aos objetos da casa: "a mesa redonda / que fica na varanda / do apartamento onde moro / pequena ela / tem uns três palmos de diâmetro / medi / nem tão pequena se pensar bem // é redonda a mesa e quase alta / pelo que entendo de altura de mesa / que é quase nada / ela alcança / o meio da minha coxa / se estou de pé // a mesa tem três pernas e é velha / não vale discussão // ela é velha [...]" Ou ainda quando destaca as pequenas epifanias do cotidiano que podem passar despercebidas para quem não é poeta: "comprei aquela saia marrom / era um dia nublado / saio da loja com a sacola na mão / tã