Tatiana Salem Levy - Dois rios
Tatiana Salem Levy - Dois rios - Editora Record - 224 páginas - Lançamento 2011.
Com este último romance, Tatiana Salem Levy enfrenta o desafio de superar a sua excelente estreia com A Chave de Casa que ganhou o prêmio São Paulo de Literatura, autor estreante em 2008. O livro é dividido em duas partes, narradas em sequência por Joana e Antônio, um casal de irmãos gêmeos, cada um com seu próprio ponto de vista, partindo de um evento trágico comum da infância, a morte precoce do pai quando eles tinham apenas doze anos. Enquanto a visão de Joana é mais centrada na história da família e no seu relacionamento com a mãe (um ponto semelhante com A Chave de Casa) que ela não abandonou após a morte do pai, a narrativa de Antônio é mais individualista, centrada nas suas experiências de fotógrafo em outros países. Existe, no entanto, um elo que une as duas histórias, a francesa Marie-Ange por quem os dois irmãos se apaixonam em épocas e lugares diferentes. A transição entre a abordagem feminina e masculina de uma mesma paixão é um truque explorado pela autora.
Outro ponto em comum entre as duas narrativas é o mar, elemento lírico muito forte no romance, seja em Ilha Grande, no vilarejo de Dois rios, na primeira parte narrada por Joana, ou na ilha de Córsega, onde Antônio vive sua aventura com Marie-Ange. A francesa representa a salvação para os dois personagens, tanto para Joana que se liberta das responsabilidades e sofrimento acumulado com a mãe, quanto para Antônio que faz o caminho inverso, buscando entender os motivos da sua partida e separação da irmã. Na verdade, os dois irmãos não conseguem esquecer a pureza do amor que sentiram um pelo outro durante a infância, bruscamente interrompida após a morte do pai. Cada um, à seu próprio modo, recorda com alguma culpa os momentos que passaram juntos em belas imagens capturadas pela prosa forte de Tatiana Salem Levy.
Outro ponto em comum entre as duas narrativas é o mar, elemento lírico muito forte no romance, seja em Ilha Grande, no vilarejo de Dois rios, na primeira parte narrada por Joana, ou na ilha de Córsega, onde Antônio vive sua aventura com Marie-Ange. A francesa representa a salvação para os dois personagens, tanto para Joana que se liberta das responsabilidades e sofrimento acumulado com a mãe, quanto para Antônio que faz o caminho inverso, buscando entender os motivos da sua partida e separação da irmã. Na verdade, os dois irmãos não conseguem esquecer a pureza do amor que sentiram um pelo outro durante a infância, bruscamente interrompida após a morte do pai. Cada um, à seu próprio modo, recorda com alguma culpa os momentos que passaram juntos em belas imagens capturadas pela prosa forte de Tatiana Salem Levy.
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Comentários
Emprestei ontem A Chave da Casa para minha filha ler. Um livro que inicia com um poema assim: "...se o tempo fosse remédio nenhum mal existiria." promete.
Obrigado pela recomendação.