Roberto Bolaño - Putas assassinas
Roberto Bolaño - Putas asesinas - Editorial Anagrama - 232 páginas - Lançamento original 2001. Publicado no Brasil pela editora Companhia das Letras em 19/03/2008 como Putas assassinas, tradução de Eduardo Brandão.
Naturalmente que este título provocador pode induzir a ideia de uma obra erótica ou francamente pornográfica, nada mais falso já que não há como deixar de pensar no chavão obra-prima ao ler alguns dos contos desta coletânea que mostra uma técnica mais do que segura de Roberto Bolaño (1950 - 2003) na condução das narrativas curtas (bem diferente do estilo de 2666 e Os Detetives Selvagens). Uma técnica que emociona porque utiliza temas contemporâneos, mas também remete aos grandes mestres do gênero como Borges, Cortázar e Poe, justamente quando já imaginávamos a literatura uma arte agonizante neste início do século XXI. Afinal, por que gostamos tanto dos livros de Bolaño? Influência de uma estratégia de marketing ou, pelo contrário, por ser um escritor visceral, verdadeiro e direto. Na verdade não importa muito, continuaremos lendo tudo que publicarem deste autor defunto, simplesmente porque somos humanos e estamos sós.
"Últimos entardeceres na terra", autobiográfico, narra uma viagem de férias em Acapulco, onde uma dupla muito pouco convencional, formada por pai e filho, enfrenta situações de perigo. Uma mistura de assuntos muito trabalhados por Bolaño em outros livros, como a violência, o sexo e o isolamento.
"Buba" utiliza como tema o futebol, gancho tão pouco explorado na literatura, mesmo por autores brasileiros que, com exceção dos cronistas como Nelson Rodrigues, jamais conseguiram utilizar o potencial de um dos esportes mais apaixonantes do planeta. Bem, Bolaño conseguiu escrever uma história cheia de lirismo ao contar a carreira de um jogador chileno, um espanhol e um africano em um grande time espanhol, muito provavelmente o Barcelona. Bolaño mistura em seu caldeirão ficcional magia negra, amizade e superação para escrever um conto inesquecível.
"O retorno" é simplesmente fantástico (em todos os sentidos desta palavra), ganhando o leitor logo de início: "Tenho uma notícia boa e uma má. A boa é que existe vida (ou algo parecido) depois da vida. A má é que Jean-Claude Villeneuve é necrófilo". Aqui, o protagonista é um morto que tem o seu corpo sequestrado para os devaneios sexuais de um famoso estilista parisiense. Um dos melhores contos que li nos últimos tempos.
Naturalmente que este título provocador pode induzir a ideia de uma obra erótica ou francamente pornográfica, nada mais falso já que não há como deixar de pensar no chavão obra-prima ao ler alguns dos contos desta coletânea que mostra uma técnica mais do que segura de Roberto Bolaño (1950 - 2003) na condução das narrativas curtas (bem diferente do estilo de 2666 e Os Detetives Selvagens). Uma técnica que emociona porque utiliza temas contemporâneos, mas também remete aos grandes mestres do gênero como Borges, Cortázar e Poe, justamente quando já imaginávamos a literatura uma arte agonizante neste início do século XXI. Afinal, por que gostamos tanto dos livros de Bolaño? Influência de uma estratégia de marketing ou, pelo contrário, por ser um escritor visceral, verdadeiro e direto. Na verdade não importa muito, continuaremos lendo tudo que publicarem deste autor defunto, simplesmente porque somos humanos e estamos sós.
"Últimos entardeceres na terra", autobiográfico, narra uma viagem de férias em Acapulco, onde uma dupla muito pouco convencional, formada por pai e filho, enfrenta situações de perigo. Uma mistura de assuntos muito trabalhados por Bolaño em outros livros, como a violência, o sexo e o isolamento.
"Buba" utiliza como tema o futebol, gancho tão pouco explorado na literatura, mesmo por autores brasileiros que, com exceção dos cronistas como Nelson Rodrigues, jamais conseguiram utilizar o potencial de um dos esportes mais apaixonantes do planeta. Bem, Bolaño conseguiu escrever uma história cheia de lirismo ao contar a carreira de um jogador chileno, um espanhol e um africano em um grande time espanhol, muito provavelmente o Barcelona. Bolaño mistura em seu caldeirão ficcional magia negra, amizade e superação para escrever um conto inesquecível.
"O retorno" é simplesmente fantástico (em todos os sentidos desta palavra), ganhando o leitor logo de início: "Tenho uma notícia boa e uma má. A boa é que existe vida (ou algo parecido) depois da vida. A má é que Jean-Claude Villeneuve é necrófilo". Aqui, o protagonista é um morto que tem o seu corpo sequestrado para os devaneios sexuais de um famoso estilista parisiense. Um dos melhores contos que li nos últimos tempos.
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