Prêmio Portugal Telecom 2009

Prêmios literáriosA sétima edição do Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa 2009, contemplando as categorias de romance, conto, poesia, crônica, dramaturgia e autobiografia, divulgou na última quarta-feira os 50 livros selecionados para a próxima fase. A premiação contemplará os três vencedores com R$ 100 mil ao primeiro colocado, R$ 35 mil ao segundo e R$ 15 mil ao terceiro.

Segundo informações divulgadas no site, o romance predominou tanto nas inscrições quanto na lista dos selecionados. Do total de 501 livros inscritos, 197 foram romances e dos 50 finalistas, 28 são desse gênero literário. Já os contos, que compareceram novamente este ano em peso, com 88 inscrições, tiveram apenas quatro obras escolhidas pelo júri. Quanto à poesia, diferentemente de outras edições, tiveram 172 inscrições e apenas 12 livros foram selecionados.

A lista completa conta com nomes expressivos como os portugueses José Saramago (“A viagem do elefante”) e António Lobo Antunes (“Ontem não te vi em Babilônia”), além dos brasileiros Dalton Trevisan, Lourenço Mutarelli, Daniel Galera, Moacyr Scliar, Luiz Ruffato, João Gilberto Noll e Milton Hatoum. Em 16 de Setembro será divulgada a lista final com as 10 obras candidatas e no final de Outubro os vencedores do Prêmio Portugal Telecom 2009. Segue a lista completa em ordem alfabética por títulos:

(01) Lourenço Mutarelli - A arte de produzir efeito sem causa
(02) Luis Nassif - A casa da minha infância
(03) Inês Pedrosa - A Eternidade e o Desejo
(04) Paula Glenadel - A fábrica do feminino
(05) Gustavo Bernardo - A filha do escritor
(06) Miguel Sanches Neto - A primeira mulher
(07) José Saramago - A viagem do elefante
(08) João Gilberto Noll - Acenos e afagos
(09) Marcelo Mirisola - Animais em extinção
(10) Gonçalo Tavares - Aprender a rezar na era da técnica
(11) Fabrício Carpinejar - Canalha!
(12) José Luís Peixoto - Cemitério de pianos
(13) Renata Pallottini - Chocolate amargo
(14) Pádua Fernandes - Cinco lugares da fúria
(15) Eucanaã Ferraz - Cinemateca
(16) Alkmar Santos - Circenses
(17) Annita Costa Malufe - Como se caísse devagar
(18) Luiz Vilela - Contos eróticos
(19) Daniel Galera - Cordilheira
(20) Ruy Espinheira Filho - De paixões e de vampiros
(21) Carola Saavedra - Flores azuis
(22) Ronaldo Correia de Brito – Galiléia
(23) Silviano Santiago - Heranças
(24) Salim Miguel - Jornada com Rupert
(25) José Luiz Tavares - Lisbon blues
(26) Moacyr Scliar - Manual da paixão solitária
(27) Godofredo de Oliveira Neto - Marcelino
(28) Leandro Konder - Memórias de um intelectual comunista
(29) Manoel de Barros - Memórias inventadas - A terceira infância
(30) Carlos Felipe Moisés - Noite nula
(31) Nuno Ramos - Ó
(32) Contardo Calligaris - O conto do amor
(33) Vanessa Barbara - O livro amarelo do Terminal
(34) João Almino - O livro das emoções
(35) Luiz Ruffato - O livro das impossibilidades
(36) Maria Esther Maciel - O livro dos nomes
(37) Dalton Trevisan - O maníaco do olho verde
(38) Luís Carlos Patraquim - O osso côncavo e outros poemas
(39) António Lobo Antunes - Ontem não te vi em Babilônia
(40) Milton Hatoum - Órfãos do Eldorado
(41) Alcione Araújo - Pássaros de vôo curto
(42) Conceição Evaristo - Poemas da recordação e outros movimentos
(43) Predadores - Pepetela
(44) Marcelino Freire - Rasif
(45) Horácio Costa - Ravenalas
(46) Evando Nascimento - Retrato desnatural
(47) Miguel Sousa Tavares - Rio das Flores
(48) Vitor Ramil - Satolep
(49) Rodrigo de Souza Leão - Todos os cachorros são azuis
(50) Mia Couto - Venenos de Deus, remédios do Diabo

Comentários

Unknown disse…
Seria ótimo se um grande nome iciante fosse premiado. Um benefício para nós leitores, que descobriríamos para aonde sopram os ventos, e - claro - para os laureados. Um incentivo imenso. Aqueles que não querem saber de ventos, e preferem as borrascas e tempestades, também poderiam ter alguma bússula. Carola Saavedra, por exemplo ou a Vanessa Bárbara, ops, Barbara. Grande abraço.
Literatura etc. disse…
Um voto meu para José Saramago, meu sempre preferido... e outra para meu conterrâneo, professor da minha universidade de graduação, Miguel Sanches Neto. Fiquei muito feliz pela seleção deste nome.
Maria Augusta disse…
Constato que estou meio "por fora" da literatura em língua portuguesa no momento, não conheço vários nomes. Estas listas servem também para nos fazer reflechir sobre isto. Que o melhor ganhe!
Um grande abraço.
Alexandre Kovacs disse…
Djabal, você tem toda razão. Na verdade existe uma desproporção brutal entre os concorrentes, comparando-se autores já experientes e consagrados, como Saramago e Lobo Antunes, com outros iniciantes. Algo assim como organizar uma luta entre um peso-pesado contra um peso-pena.
Alexandre Kovacs disse…
Literatura etc, amo muito Saramago (muito mesmo), mas é uma covardia esta votação coforme comentei com Djabal.
Alexandre Kovacs disse…
Maria Augusta, esse caráter de divulgação da literatura contemporânea é o ponto mais importante da premiação e da postagem. Obrigado pela visita.
Barros (RBA) disse…
O bom dessas premiações é a oportunidade da divulgação e debate.
Apesar de ser fã de Saramago e de haver tantos romancistas famosos na lista, gostaria que fosse premiado outro menos famoso. Quem sabe nosso poeta Manoel de Barros.
Gabriela Ventura disse…
Eu estava no coquetel comemorativo do anúncio dos 50 nomes. Os três curadores desse ano (Maria Lucia Dal Farra, José Castello e Flora Sussekind)tentaram traçar um perfil dos livros indicados, bem como os rumos da ficção e poesia contemporâneas. Nem sempre foram bons os comentários: a Flora Sussekind acabou sendo bastante dura, indicando que dentre os participantes (sem nunca citar nomes, claro)haviam os que ficavam se repetindo estilisticamente e os que ficavam repetindo a fórmula de outros autores.

Venenos à parte, concordo com você quando fala que o mote principal do prêmio é mostrar o que está se escrevendo hoje, apesar da concorrência desleal.

E vamos combinar, o prêmio tem lá seus azarões, não é mesmo? O vencedor do ano passado - quando o favoritissimo era o Lobo Antunes - foi Cristóvão Tezza, com O filho Eterno.

Nesse ano eu torço para dois portugueses (até porque ainda não li quase nada dos brasileiros indicados) Gonçalo M Tavares e José Luís Peixoto: dois nomes da ficção contemporaníssima de portugal que executaram dois belíssimos romances.

Mas vamos aguardar o desenrolar dos fatos.
nostodoslemos disse…
A arena está montada.

Que vença o mais sábio para o momento solicitado...

Sds,
Kovacs, me assustei quando vi essa lista! Dos 50 li pelo menos uns 10 autores - nao necessariamente os livros em questao - e nao estou querendo ser proselitista, nao, rapaz.

O pareo esta durissimo, apesar de achar que ha nomes que nao deveriam constar da lista - e que obviamente nao nominarei por uma questao de gentileza. Pegando um pouco de carona no comentario da Gabriela, o Goncalo M. Tavares eh um cara otimo e originalissimo. Li uns contos dele (O Senhor Brecht) que sao meio fabulacoes contemporaneas. Uma escrita interessante, curta e meio crua.

Se nao houvesse o Manuel e Barros, Saramago e Antunes na mesma lista, apostaria em nomes como Hatoum, Patraquim e Oliveira Neto. Outro otimo eh o Jose Luis Peixoto com seu inigualavel Cemitério de Pianos - um livro que recomendo muito.

Alias acabo de ler esse Marcelino do Oliveira Neto. A estoria, para quem gosta da juncao de literatura com historia, eh interessante, ainda que por vezes um tanto inverossimil para o cidadao urbano.

Bom, gosto muito dessas tuas listas!

Grande abraco, Chico.
Alexandre Kovacs disse…
Barros, confome comentei acima a divulgação é mesmo o ponto mais importante desta postagem. Quem sabe o prêmio não acaba indo para um iniciante, nem que seja para contrariar!
Alexandre Kovacs disse…
Gabriela, muito obrigado pelo comentário que agregou muito valor ao debate, principalmente por ter presenciado a explicação dos curadores.

Bem lembrada por você a vitória de Tezza no ano passado com o excelente "O Filho Eterno", merecido sem dúvida. Acho que Gonçalo M Tavares é mesmo um nome muito forte para este ano.
Alexandre Kovacs disse…
Lígia, agora só nos resta esperar até o final de Outubro para elogiar ou criticar a escolha.
Alexandre Kovacs disse…
Chico, parece que o Goncalo M. Tavares está levando vantagem por aqui. Dificil uma escolha justa com uma lista tão desequilibrada.

Amigo, listas são um ótimo tema para conversas de bar, obrigado pelo comentário e vamos aguardar a decisão final.
Anônimo disse…
Já li 22 obras e cheguei a conclusão de que a disputa é dura, sobretudo pela inovação/audácia imposta por alguns autores como Nuno Ramos, Marcelino, Eucanãa, Galera, Carpinejar e Esther Maciel. A professora mineira ao lado de Contardo e Sanches Neto nos presenteia com uma escrita minuciosamente bem feita.
Interessante a narrativa não-linear imposta por Lobo Antunes e Peixoto, porém no Brasil temos alguns ótimos exemplos como Mutarelli, Ruffato e Gustavo Bernardo, sendo a Filha do Escritor o meu preferido, mas não sei se o Júri alcançará a extensão desta obra, já que temos algo parecido, aliás, com qualidade inigualável de Gonçalo Tavares. O autor impõe uma narrativa curta e densa. Entendo que ele é a melhor referência da literatura pós-moderna. Outros autores, dos quais alguns já foram citados acima conseguem de forma mais extensa projetar a nova cara da literatura.
Espero nos próximos dias ter a oportunidade de ler Galiléia (Ganhador do Prêmio São Paulo de Literatura).
No mais, ainda há possibilidade para os autores consagrados como Saramago e Mia Couto; as histórias documentais de Pepetela, Miguel Tavares, Hatoum e Silviano Santiago. Como não dá para ficar em cima do muro, acredito que deve haver outras tantas ótimas obras nesta lista – apesar da minha predileção – acredito que Heranças será o vencedor do PPT 2009. Mr. Guedes
Anônimo disse…
Sem surpresas!!! O PPT 2009 divulgou os 10 finalistas... só um ponto a ser destacado, a não presença de Saramago, Trevisan, Hatoum, Ruffato, Mia Couto, Souza Tavares e Pepetela. Sinal de renovação?! Nem tanto, já que os finalistas estão Silviano Santiago, Lobo Antunes, Inês Pedrosa e João Gilberto Noll. Acredito que houve realmente a valorização para novas propostas, sejam elas, narrativas e/ou de enredo. Neste aspecto, felicitações para Eucanaã (poemas falados), Nuno (contos, romances e poemas numa mistura visual), faltou Marcelino Freire: autor que junta esses dois elementos em seu livro; Esther Maciel (desconstrução de tempos, personagens e narrativas) e Gonçalo Tavares (narrativa pós-modernista). Já Inês Pedrosa garante-se pela maestria da palavra escrita; escrita que parece simples, mas traz consigo uma densidade misteriosa através de Mutarelli. Peixoto segue um estilo semelhante ao de Lobo Antunes, sinal que os elementos subitos trazidos por eles são bem aceitos pelo juri. Aliás, aceitos ou não, por está ou tantas outras premiações, nós meros leitores devemos aproveitar ao máximo essa rica safra de grandes autores.
Alexandre Kovacs disse…
Anônimo, muito obrigado pelo comentário que chegou antes das primeiras manifestações da mídia no Brasil. Pretendo publicar uma postagem com os dez finalistas:

- "A arte de produzir efeito sem causa", Lourenço Mutarelli (romance brasileiro)
- "A eternidade e o desejo", Inês Pedrosa (romance português)
- "Acenos e afagos", João Gilberto Noll (romance brasileiro)
- "Aprender a rezar na era da técnica", Gonçalo M. Tavares (romance português)
- "Cemitério de pianos", José Luís Peixoto (romance português)
- "Cinemateca", Eucanaã Ferraz (poesia brasileira)
- "Heranças", Silviano Santiago (romance brasileiro)
- "Ó", Nuno Ramos (conto brasileiro)
- "O livro dos nomes", Maria Esther Maciel (romance brasileiro)
- "Ontem não te vi em Babilônia", António Lobo Antunes (romance português)

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