Miriam Mambrini - A Bela Helena
Miriam Mambrini - A Bela Helena - Editora 7Letras - 212 páginas - Lançamento 2015 (Ler aqui um trecho disponibilizado pela Livraria da Travessa).
Talita contempla sozinha, da varanda de seu apartamento, os fogos e comemorações da chegada de 1999, no entanto, para ela, não é uma ocasião alegre porque o início de ano tem sabor de fim já que, aos cinquenta e nove anos, está encerrando um ciclo e iniciando a "infância" da terceira idade. Esses marcos fazem com que a solitária protagonista perceba que "o seu tempo passou a ser o passado" e dê início a um processo de resgate de suas memórias, escrevendo as lembranças em um caderno. A autora Miriam Mambrini utiliza a técnica da narrativa em primeira pessoa para contar a história de Talita (ou da bela Helena, como ela se transformou), alternando capítulos entre o presente e períodos de um passado romântico, infelizmente esquecido, da cidade do Rio de Janeiro.
A vida de Talita, desde pequena, nunca foi fácil. Com apenas seis anos é abandonada pela mãe, manicure sem condições financeiras para criá-la, na casa dos avós paternos em Copacabana e, rejeitada pelo próprio pai, cresce contando apenas com o carinho da avó Edith. Apesar das dificuldades da sua origem de criança pobre, Talita consegue se tornar uma mulher elegante, atraente e ascender na sociedade carioca.
Talvez a resenha possa induzir a ideia de que o livro seja uma obra de contestação ou represente algum tipo de bandeira feminista mas, no meu entendimento, A Bela Helena é um romance sem pretensões maiores do que o entretenimento do leitor, através de uma boa história, objetivo que Miriam Mambrini soube atingir com eficiência.
Da página oficial da autora: "Miriam Mambrini é carioca e formada em Letras. Seu primeiro livro de contos, 'O Baile das Feias', foi publicado em 1994. Nesse livro e no que se seguiu, 'Grandes Peixes Vorazes', incluiu contos premiados em vários concursos. Escreveu os romances 'A Outra Metade', atualmente em segunda edição, 'As Pedras não Morrem' e 'O Crime Mais Cruel', os dois últimos adquiridos pelo PNBE do Ministério da Educação. As crônicas de 'Maria Quitéria, 32' falam de sua vida de menina em Ipanema, o bairro onde nasceu e sempre viveu. Publicou ainda, em livro e audiolivro, 'Vícios Ocultos', contos, e 'Ninguém é Feliz no Paraíso', romance."
A vida de Talita, desde pequena, nunca foi fácil. Com apenas seis anos é abandonada pela mãe, manicure sem condições financeiras para criá-la, na casa dos avós paternos em Copacabana e, rejeitada pelo próprio pai, cresce contando apenas com o carinho da avó Edith. Apesar das dificuldades da sua origem de criança pobre, Talita consegue se tornar uma mulher elegante, atraente e ascender na sociedade carioca.
"Não é fácil escrever, anoto, risco, rasgo, recomeço, mas não quero que as lembranças se percam. Essa, por exemplo: a da noite em que mamãe tirou de dentro do armário a bolsa de viagem marrom. Da cama, tentando dormir, eu a ouvi andar de lá para cá, abrindo armários e apanhando coisas. De manhã, minhas roupas e brinquedos estavam na bolsa. Minha boneca predileta foi enfiada por último e uns tufos do seu cabelo pulavam fora do fecho-éclair. Nunca esqueci daquela imagem: os cabelos amarelos da boneca presos no fecho da bolsa marrom. Lembro tão bem do rosto de louça, dos olhos azuis, das pestanas duras, das pálpebras que baixavam, dos cabelos amarelos, mas não sei em que momento a boneca desapareceu para sempre."Na sua trajetória até obter o codinome de Helena, Talita passa na sua busca pela felicidade, por encontros e desencontros amorosos e também alguns casamentos frustrados, procedimento não muito recomendável para as mulheres durante a época dos "anos dourados", sendo que o segundo deles é bastante violento e traumático o que faz com que seja afastada do filho pequeno que é levado pelo pai sem deixar rastros, um drama que ela levará muitos anos para tentar superar. Além dos relacionamentos formais, Talita não consegue se afastar de uma paixão recorrente por um homem misterioso que a acompanha desde a adolescência.
Talvez a resenha possa induzir a ideia de que o livro seja uma obra de contestação ou represente algum tipo de bandeira feminista mas, no meu entendimento, A Bela Helena é um romance sem pretensões maiores do que o entretenimento do leitor, através de uma boa história, objetivo que Miriam Mambrini soube atingir com eficiência.
Da página oficial da autora: "Miriam Mambrini é carioca e formada em Letras. Seu primeiro livro de contos, 'O Baile das Feias', foi publicado em 1994. Nesse livro e no que se seguiu, 'Grandes Peixes Vorazes', incluiu contos premiados em vários concursos. Escreveu os romances 'A Outra Metade', atualmente em segunda edição, 'As Pedras não Morrem' e 'O Crime Mais Cruel', os dois últimos adquiridos pelo PNBE do Ministério da Educação. As crônicas de 'Maria Quitéria, 32' falam de sua vida de menina em Ipanema, o bairro onde nasceu e sempre viveu. Publicou ainda, em livro e audiolivro, 'Vícios Ocultos', contos, e 'Ninguém é Feliz no Paraíso', romance."
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