Lourenço Dutra - Os Aliciadores
Lourenço Dutra - Os Aliciadores (2ª Edição) - Editora Penalux - 222 Páginas - Capa de Edson Fogaça - Apresentação: Camila Almeida - Lançamento: 2019.
O brasiliense Lourenço Dutra nos apresenta dois personagens, Alberto e Dioclécio, especialistas na arte do convencimento ou, de uma maneira mais clara, aliciadores, contratados pelo comitê de campanha do candidato a governador do Distrito Federal Jorge Boriz – qualquer semelhança com pessoas e situações da vida real será uma mera coincidência? – para conseguir eleitores dispostos a transferir o título de outros Estados em troca do recebimento de um lote de terra, materiais de construção e promessa de emprego nas pequenas e remotas cidades do Distrito Federal, uma espécie de curral eleitoral, prática antiga do coronelismo.
A dupla de aliciadores já tem alguma experiência anterior na atividade e, dessa vez, o alvo é a pequena cidade de Ibotirama do Leste, no interior da Bahia, para onde eles partem em busca de eleitores que estejam dispostos a abandonar tudo em troca de promessas, afinal quando nada se tem nada se pode perder e, no cenário de miséria da cidade, eles logo conseguem recrutar algumas famílias de agricultores locais, pequenos comerciantes falidos, um grupo de sem-terras, outro de ciganos, basicamente gente sem emprego e sem esperança.
No pequeno universo de Ibotirama do Leste, encontramos uma reprodução em pequena escala dos problemas políticos e sociais do Brasil, evidenciados pelas práticas desonestas das autoridades locais, fazendo com que os aliciadores se tornem simpáticos ao leitor por demonstrarem um código moral "menos incorreto" e, por isso, entrarem em conflito com o prefeito e o delegado que apoiam os poderosos fazendeiros da região. É o caso da disputa pelos sem-terra, um grupo contratado originalmente para desvalorizar algumas áreas rurais, vivendo em péssimas condições e, por isso, facilmente convencidos pelos protagonistas.
O lançamento original de Os Aliciadores foi um projeto totalmente independente do autor que, devido à boa recepção de público, ganhou agora uma segunda edição pela Editora Penalux com uma melhor estrutura de divulgação e distribuição. O romance levanta importantes questões éticas da nossa atualidade, mas trata-se basicamente de uma obra de entretenimento com situações bem-humoradas e que se lê em pouco tempo. Um estilo de roteiro cinematográfico com muita ação e diálogos precisos, como já é habitual em outras obras de Lourenço Dutra.
O brasiliense Lourenço Dutra nos apresenta dois personagens, Alberto e Dioclécio, especialistas na arte do convencimento ou, de uma maneira mais clara, aliciadores, contratados pelo comitê de campanha do candidato a governador do Distrito Federal Jorge Boriz – qualquer semelhança com pessoas e situações da vida real será uma mera coincidência? – para conseguir eleitores dispostos a transferir o título de outros Estados em troca do recebimento de um lote de terra, materiais de construção e promessa de emprego nas pequenas e remotas cidades do Distrito Federal, uma espécie de curral eleitoral, prática antiga do coronelismo.
A dupla de aliciadores já tem alguma experiência anterior na atividade e, dessa vez, o alvo é a pequena cidade de Ibotirama do Leste, no interior da Bahia, para onde eles partem em busca de eleitores que estejam dispostos a abandonar tudo em troca de promessas, afinal quando nada se tem nada se pode perder e, no cenário de miséria da cidade, eles logo conseguem recrutar algumas famílias de agricultores locais, pequenos comerciantes falidos, um grupo de sem-terras, outro de ciganos, basicamente gente sem emprego e sem esperança.
"Todos estavam curiosos e esperavam que eu dissesse algo. Comecei a cantilena de sempre: 'Lote de graça e garantia da escritura da terra. A palavra do governador de que ninguém os tiraria. Material para fazer o barraco: madeirite e telhas. Promessas de saneamento e asfalto das ruas em no máximo um ano. Emprego garantido para as mulheres e os homens e escola para os filhos. Ensinos fundamental e Médio garantidos, do lado de casa. Palavra do governador'." (p.38)O perfil dos dois protagonistas é bem definido e antagônico, provocando situações muito divertidas na trama. Enquanto Alberto, narrador do romance, é sério e concentrado no "trabalho", Dioclécio é brincalhão e provocador e está sempre envolvido em algum tipo de confusão ou briga, principalmente quando há mulheres envolvidas. Alberto se preocupa com as questões éticas e morais envolvidas na atividade e com o futuro das pessoas que estão sendo aliciadas, enquanto Dioclécio pensa apenas em satisfazer as suas necesidades imediatas.
No pequeno universo de Ibotirama do Leste, encontramos uma reprodução em pequena escala dos problemas políticos e sociais do Brasil, evidenciados pelas práticas desonestas das autoridades locais, fazendo com que os aliciadores se tornem simpáticos ao leitor por demonstrarem um código moral "menos incorreto" e, por isso, entrarem em conflito com o prefeito e o delegado que apoiam os poderosos fazendeiros da região. É o caso da disputa pelos sem-terra, um grupo contratado originalmente para desvalorizar algumas áreas rurais, vivendo em péssimas condições e, por isso, facilmente convencidos pelos protagonistas.
O lançamento original de Os Aliciadores foi um projeto totalmente independente do autor que, devido à boa recepção de público, ganhou agora uma segunda edição pela Editora Penalux com uma melhor estrutura de divulgação e distribuição. O romance levanta importantes questões éticas da nossa atualidade, mas trata-se basicamente de uma obra de entretenimento com situações bem-humoradas e que se lê em pouco tempo. Um estilo de roteiro cinematográfico com muita ação e diálogos precisos, como já é habitual em outras obras de Lourenço Dutra.
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