Carlos Fuentes - La Región Más Transparente
Edición Conmemorativa Real Academia Española (2008) - Carlos Fuentes - La Región Más Transparente - Editora Alfaguara - 752 páginas.
Após o sucesso dos lançamentos anteriores das edições comemorativas de Dom Quixote em 2004 e Cem Anos de Solidão em 2007, a Academia Real Espanhola organizou e publicou pela editora Alfaguara em 2008, por ocasião do cinquentenário da obra La Región Más Transparente e também em comemoração aos oitenta anos do mexicano (apesar de nascido na cidade do Panamá) Carlos Fuentes, esta edição definitiva que inclui o texto revisado pelo próprio autor, bibliografia, glossário de termos e neologismos do espanhol falado no México, índice onomástico e ensaios críticos de Gonzalo Celorio, José Emilio Pacheco, Vicente Quirarte, Carmen Iglesias, Sergio Ramírez, Nélida Piñon e Juan Luis Cebrián.
Alguns fatos me surpreenderam com relação a este livro, que é considerado um divisor de águas na literatura latino-americana e praticamente abriu caminho para a divulgação e consolidação de nomes como Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa e Julio Cortázar nos anos sessenta. Primeiro o fato de ter sido escrito pelo então jovem Carlos Fuentes com apenas trinta anos, inaugurando a sua extensa bibliografia com uma obra complexa ao estilo de Faulkner e de extrema maturidade, segundo constatar a inexistência de uma tradução disponível para o português, fato que parece ser justificado pela posição de isolamento cultural que o Brasil sustenta na América Latina devido às dificuldades impostas pela diferença de idiomas e, por outro lado, também pela falta de interesse do público leitor brasileiro.
O romance cobre o período da história do México referente à primeira metade do século XX, iniciando com a queda do ditador Porfirio Díaz e os sucessivos golpes de estado que levaram à reforma agrária no México até o nascimento de uma classe burguesa originada pela migração do campo para a cidade. Fuentes utiliza o personagem Federico Robles, filho de camponeses que conseguiu acumular fortuna após a revolução, como representação da burguesia e a família Ovando como a antiga classe dominante, dona dos grandes latifúndios. De qualquer forma, a cidade do México é a grande protagonista do livro. Fuentes desfila uma sucessão de personagens de todas as camadas sociais criando um mural literário que lembra os painéis de Diego Rivera como bem destacou Gonzalo Celorio em seu ensaio crítico.
O personagem enigmático Ixca Cienfuegos faz a ponte entre a modernidade e a história da cultura mítica pré-hispânica e do povo Azteca. Uma espécie de guardião das tradições mexicanas e antídoto para o complexo de inferioridade de um povo que perdeu sua identidade diante da cultura européia. Um sentimento de inferioridade que é não só do México, mas sim de todo o continente, incluindo aí sim o Brasil, pois nesta área somos iguais.
Após o sucesso dos lançamentos anteriores das edições comemorativas de Dom Quixote em 2004 e Cem Anos de Solidão em 2007, a Academia Real Espanhola organizou e publicou pela editora Alfaguara em 2008, por ocasião do cinquentenário da obra La Región Más Transparente e também em comemoração aos oitenta anos do mexicano (apesar de nascido na cidade do Panamá) Carlos Fuentes, esta edição definitiva que inclui o texto revisado pelo próprio autor, bibliografia, glossário de termos e neologismos do espanhol falado no México, índice onomástico e ensaios críticos de Gonzalo Celorio, José Emilio Pacheco, Vicente Quirarte, Carmen Iglesias, Sergio Ramírez, Nélida Piñon e Juan Luis Cebrián.
Alguns fatos me surpreenderam com relação a este livro, que é considerado um divisor de águas na literatura latino-americana e praticamente abriu caminho para a divulgação e consolidação de nomes como Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa e Julio Cortázar nos anos sessenta. Primeiro o fato de ter sido escrito pelo então jovem Carlos Fuentes com apenas trinta anos, inaugurando a sua extensa bibliografia com uma obra complexa ao estilo de Faulkner e de extrema maturidade, segundo constatar a inexistência de uma tradução disponível para o português, fato que parece ser justificado pela posição de isolamento cultural que o Brasil sustenta na América Latina devido às dificuldades impostas pela diferença de idiomas e, por outro lado, também pela falta de interesse do público leitor brasileiro.
O romance cobre o período da história do México referente à primeira metade do século XX, iniciando com a queda do ditador Porfirio Díaz e os sucessivos golpes de estado que levaram à reforma agrária no México até o nascimento de uma classe burguesa originada pela migração do campo para a cidade. Fuentes utiliza o personagem Federico Robles, filho de camponeses que conseguiu acumular fortuna após a revolução, como representação da burguesia e a família Ovando como a antiga classe dominante, dona dos grandes latifúndios. De qualquer forma, a cidade do México é a grande protagonista do livro. Fuentes desfila uma sucessão de personagens de todas as camadas sociais criando um mural literário que lembra os painéis de Diego Rivera como bem destacou Gonzalo Celorio em seu ensaio crítico.
O personagem enigmático Ixca Cienfuegos faz a ponte entre a modernidade e a história da cultura mítica pré-hispânica e do povo Azteca. Uma espécie de guardião das tradições mexicanas e antídoto para o complexo de inferioridade de um povo que perdeu sua identidade diante da cultura européia. Um sentimento de inferioridade que é não só do México, mas sim de todo o continente, incluindo aí sim o Brasil, pois nesta área somos iguais.
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