Samuel Beckett - O inominável
Samuel Beckett - O inominável - Editora Globo - 208 páginas - Tradução de Ana Helena Souza - Introdução de João Adolfo Hansen - Lançamento 2009.
Este livro do dramaturgo e romancista irlandês Samuel Beckett (1906-1989), prêmio Nobel de Literatura de 1969, publicado originalmente em 1953, no idioma francês, é o último da trilogia formada por Molloy (1947) e Malone morre (1948). O romance pode ser resumido como um longo monólogo de uma voz anônima, além do tempo e espaço. Uma voz que parece, por vezes, representar os pensamentos do autor mas que, por outro lado, não se define nunca como quem ou quê, um sujeito sempre indefinido. E assim, ao longo do texto, através de afirmações e contradições simultâneas a voz avança nas suas intermináveis reflexões sem nunca chegar a uma conclusão.
Este livro do dramaturgo e romancista irlandês Samuel Beckett (1906-1989), prêmio Nobel de Literatura de 1969, publicado originalmente em 1953, no idioma francês, é o último da trilogia formada por Molloy (1947) e Malone morre (1948). O romance pode ser resumido como um longo monólogo de uma voz anônima, além do tempo e espaço. Uma voz que parece, por vezes, representar os pensamentos do autor mas que, por outro lado, não se define nunca como quem ou quê, um sujeito sempre indefinido. E assim, ao longo do texto, através de afirmações e contradições simultâneas a voz avança nas suas intermináveis reflexões sem nunca chegar a uma conclusão.
Beckett utiliza o recurso filosófico da aporia que, segundo Aristóteles, pode ser definido como "igualdade de conclusões contraditórias". Difícil de entender? Sem dúvida, mas também uma experiência única que vale a pena conhecer, além de contar com um dos finais mais lindos da história da literatura e que justifica o objetivo do livro como uma homenagem à linguagem (que é a minha interpretação, embora possam e devam haver muitas outras):
" (...) é preciso continuar, não posso continuar, é preciso continuar, então vou continuar, é preciso dizer palavras, enquanto houver, é preciso dizê-las, até que elas me encontrem, até que elas me digam, estranha pena, estranho pecado, é preciso continuar, talvez já tenha sido feito, talvez já tenham me dito, talvez já tenham me levado até o limiar da minha história, diante da porta que se abre para a minha história, isso me surpreenderia, se ela se abrir, vai ser eu, vai ser o silêncio, ali onde estou, não sei, não saberei nunca, no silêncio não se sabe, é preciso continuar, não posso continuar, vou continuar."
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Comentários
Abraço, Kovacs.