Isaac Bábel - O Exército de Cavalaria
Isaac Bábel - O Exército de Cavalaria - Editora Cosac Naify - 251 páginas - Tradução do original em russo por Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade - Prefácio de Boris Schnaiderman e Otto Maria Carpeaux - Publicação 2006.
Segundo o prefácio de Boris Schnaiderman, a quem seremos eternamente gratos pelas traduções diretas de autores russos do nível de Maiakóvski, Dostoiévski e Tchekhov, os contos de Isaac Bábel (1894-1940) apresentam um "sabor acre de sangue e terra". De fato, Bábel ao narrar as sua experiências na guerra russo-polonesa de 1920-1921 como correspondente é testemunha dos atos violentos do exército cossaco, mas o seu texto também está repleto de lirismo, natureza e paixão. Bábel vivenciou a violência desde cedo, ele próprio nascido judeu em Odessa, Ucrânia, presenciou aos dez anos o pogrom que o impressionou definitivamente. Apesar de ter sido um defensor da revolução russa, foi preso, torturado e executado durante o Grande Expurgo de Stálin em 1940.
A prosa de Bábel é expressionista e direta, mas também com descrições e metáforas surpreendentes como no seguinte trecho do conto "A travessia do Zbrutch": "Um sol alaranjado rola pelo céu como uma cabeça decepada, uma luz suave acende-se nos desfiladeiros das nuvens, e os estandartes do poente ondulam sobre nossa cabeça", mais tarde no mesmo conto entra em cena o elemento humano: "Tarde da noite entramos em Novograd. No alojamento que me foi designado, encontro uma mulher grávida e dois judeus ruivos, de pescoço fino; um terceiro dorme encostado à parede com a cabeça coberta (...) Ela ergue do chão suas pernas magras e o ventre redondo, e retira o cobertor do homem adormecido. É um velho morto que jaz ali, deitado de costas. Sua garganta está cortada; o rosto, partido ao meio; e um filete azul de sangue coagulado na barba, como uma lasca de chumbo."
Em outro momento de lirismo, no conto "O rabino": "Tudo é mortal. A vida eterna é destinada apenas à mãe. E, quando a mãe não está mais entre os vivos, deixa uma lembrança de si que ninguém ainda ousou profanar. A lembrança da mãe nutre em nós uma compaixão como o oceano, e o oceano sem fim nutre os rios que sulcam o Universo...". Uma verdade desconcertante mesmo na convivência com o exército sanguinário de cossacos.
A edição da extinta editora Cosac Naify, além dos prefácios de Boris Schnaiderman e Otto Maria Carpeaux, acrescenta notas dos tradutores, Glossário e sugestões de leituras complementares sobre Issac Bábel.
Segundo o prefácio de Boris Schnaiderman, a quem seremos eternamente gratos pelas traduções diretas de autores russos do nível de Maiakóvski, Dostoiévski e Tchekhov, os contos de Isaac Bábel (1894-1940) apresentam um "sabor acre de sangue e terra". De fato, Bábel ao narrar as sua experiências na guerra russo-polonesa de 1920-1921 como correspondente é testemunha dos atos violentos do exército cossaco, mas o seu texto também está repleto de lirismo, natureza e paixão. Bábel vivenciou a violência desde cedo, ele próprio nascido judeu em Odessa, Ucrânia, presenciou aos dez anos o pogrom que o impressionou definitivamente. Apesar de ter sido um defensor da revolução russa, foi preso, torturado e executado durante o Grande Expurgo de Stálin em 1940.
A prosa de Bábel é expressionista e direta, mas também com descrições e metáforas surpreendentes como no seguinte trecho do conto "A travessia do Zbrutch": "Um sol alaranjado rola pelo céu como uma cabeça decepada, uma luz suave acende-se nos desfiladeiros das nuvens, e os estandartes do poente ondulam sobre nossa cabeça", mais tarde no mesmo conto entra em cena o elemento humano: "Tarde da noite entramos em Novograd. No alojamento que me foi designado, encontro uma mulher grávida e dois judeus ruivos, de pescoço fino; um terceiro dorme encostado à parede com a cabeça coberta (...) Ela ergue do chão suas pernas magras e o ventre redondo, e retira o cobertor do homem adormecido. É um velho morto que jaz ali, deitado de costas. Sua garganta está cortada; o rosto, partido ao meio; e um filete azul de sangue coagulado na barba, como uma lasca de chumbo."
Em outro momento de lirismo, no conto "O rabino": "Tudo é mortal. A vida eterna é destinada apenas à mãe. E, quando a mãe não está mais entre os vivos, deixa uma lembrança de si que ninguém ainda ousou profanar. A lembrança da mãe nutre em nós uma compaixão como o oceano, e o oceano sem fim nutre os rios que sulcam o Universo...". Uma verdade desconcertante mesmo na convivência com o exército sanguinário de cossacos.
A edição da extinta editora Cosac Naify, além dos prefácios de Boris Schnaiderman e Otto Maria Carpeaux, acrescenta notas dos tradutores, Glossário e sugestões de leituras complementares sobre Issac Bábel.
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Comentários
Abraços!
Sim, comprei sem medo algum, assim como outros bons volumes.
Um abraço.