Como costumava dizer Umberto Eco , "O mundo está cheio de livros fantásticos que ninguém lê" , uma afirmação adequada, principalmente quando falamos de clássicos da literatura. Geralmente, no caso de escritores brasileiros, somos forçados a uma avaliação burocrática na escola e acabamos adquirindo uma certa antipatia a determinado livro ou autor quando o objetivo deveria ser justamente o contrário. É surpreendente como uma segunda visita a essas obras, já em nossa maturidade, pode revelar um tesouro empoeirado e escondido, bem ali na nossa estante. Afinal, mudaram os livros ou mudamos nós? A limitação de apenas 20 indicações me forçou a deixar grandes autores de fora, tais como: Álvares de Azevedo, Antônio Calado, Augusto dos Anjos, Autran Dourado, Carlos Drummond de Andrade, Castro Alves, Cecília Meireles, Dias Gomes, Dalton Trevisan, Fernando Sabino, Gonçalves Dias, José de Alencar, José Lins do Rego, Monteiro Lobato e Murilo Mendes, para citar alguns (em o
Comentários
Perfeição.
Muito bom o trabalho.
E você, sempre incansável nos garimpos. Que bom para nós, visitantes deste Mundo.
Beijos
Gostei muito dessa artista - não conhecia os seus trabalhos. Sou um pouco suspeito pra falar, por que tenho uma grande afinidade pessoal com a arte realista e hiper-realista.
Não desprezo a arte abstrata, mas admiro e valorizo a realista pois ela possui um grau de exigência técnica muito maior para o artista.
Traçando um paralelo com a música erudita, é mais "fácil" interpretar uma obra dita contemporânea ou atonal, onde predominam as dissonâncias e os "clusters", pois fica praticamente impossível identificar se o instrumentista comete algum erro técnico ou de interpretação... tudo se disfarça no meio da massa sonora. Pra ser sincero, fica difícil reconhecer os elementos básicos - melodia, ritmo, harmonia - e com isso ocorre um alheamento emocional que não me traz benefício à alma.
Exemplo: há alguns anos tive a oportunidade de visitar o MoMA em NY, e quando entrei num dos salões decorados com vários murais de mais de 10 m de comprimento, do Jackson Pollock, fiquei olhando, olhando... e não consegui sentir qualquer prazer estético, apenas uma mistura de indiferença com sensação opressiva (me perdoem os iniciados na arte de olhar essas estranhas formas de expressão humana).
Mas, enfim, cada um com seu gosto.
Só não vale *funk*!!!!!!!
Parabéns pelo bom-gosto, pra variar.
Grande abraço,
R. Halevy
Precisamos considerar também que, por outro lado, a busca por novas expressões artísticas leva a certos exageros como o exemplo da música atonal que você destacou. Acho que só mesmo o tempo confirmará o valor destas obras.
Obrigado pelo brilhantismo tradicional!
A velha discussão da arte contemporânea... só pra deixar meus dois centavos de opinião, acho que o problema tá em querer compará-la à estética antiga. Penso que arte atual está envolvida muito mais com outras questões do que com com as puramente artísticas. Arte de hoje ela não se encerra so espaço da obra, mas se expande; é um produto social, filosófico. Desde que o processo criativo parte de pressupostos diferentes, não vejo sentido em pô-las em paralelo.
As vanguardas do início do século passado foram movimentos sociais mais do que estéticos talvez. Elas abriram esse caminho pelo qual trilhamos hoje, e acho difícil voltar atrás.
Abs, pessoal.