Gilles Deleuze - Diferença e Repetição
Gilles Deleuze - Diferença e Repetição - Editora Paz e Terra - 420 Páginas - Tradução de Luiz Orlandi e Roberto Machado - Capa: Victor Burton - Lançamento: 24/09/2018.
O francês Gilles Deleuze (1925-1995) é um dos pensadores mais importantes do século XX e este livro, publicado originalmente em 1968, como tese de doutorado, tornou-se uma obra indispensável para o estudo da filosofia contemporânea, o que justifica o seu relançamento agora pela Editora Paz e Terra em comemoração ao 50º aniversário da primeira edição.
No entanto, não é uma obra de fácil entendimento para os leitores não familiarizados com textos da área de filosofia, notadamente de autores como: Espinosa, Kant, Hegel, Heidegger e Nietzsche, para citar apenas alguns. Acompanhar o raciocínio de Deleuze, portanto, exige alguma bagagem prévia nesta área, assim como atenção redobrada do leitor devido à subjetividade dos conceitos. Afinal, como o próprio autor declara no prólogo ao livro: "Como escrever senão sobre aquilo que não se sabe ou se sabe mal? É necessariamente neste ponto que imaginamos ter algo a dizer. Só escrevemos no limite do nosso saber, na extremidade que separa nosso saber e nossa ignorância e que transforma um no outro'".
Segundo Deleuze, o pensamento moderno nasce da falência da representação, assim como da perda das identidades, ou seja, o mundo moderno é o dos simulacros e todas as identidades são apenas simuladas, produzidas como um "efeito" ótico por um jogo mais profundo, que é o da diferença e da repetição. Para desenvolvimento do seu pensamento filosófico, o autor utiliza a ciência, as artes e a literatura, fazendo dessa obra um desafio intelectual para qualquer leitor.
No entanto, não é uma obra de fácil entendimento para os leitores não familiarizados com textos da área de filosofia, notadamente de autores como: Espinosa, Kant, Hegel, Heidegger e Nietzsche, para citar apenas alguns. Acompanhar o raciocínio de Deleuze, portanto, exige alguma bagagem prévia nesta área, assim como atenção redobrada do leitor devido à subjetividade dos conceitos. Afinal, como o próprio autor declara no prólogo ao livro: "Como escrever senão sobre aquilo que não se sabe ou se sabe mal? É necessariamente neste ponto que imaginamos ter algo a dizer. Só escrevemos no limite do nosso saber, na extremidade que separa nosso saber e nossa ignorância e que transforma um no outro'".
Segundo Deleuze, o pensamento moderno nasce da falência da representação, assim como da perda das identidades, ou seja, o mundo moderno é o dos simulacros e todas as identidades são apenas simuladas, produzidas como um "efeito" ótico por um jogo mais profundo, que é o da diferença e da repetição. Para desenvolvimento do seu pensamento filosófico, o autor utiliza a ciência, as artes e a literatura, fazendo dessa obra um desafio intelectual para qualquer leitor.
"O problema do começo em filosofia sempre foi considerado, com razão, como muito delicado, pois começar significa eliminar todos os pressupostos. Enquanto na ciência nos encontramos diante de pressupostos objetivos, que podem ser eliminados por uma axiomática rigorosa, os pressupostos filosóficos são tanto subjetivos quanto objetivos. Chamam-se pressupostos objetivos os conceitos explicitamente supostos por um conceito dado. Por exemplo, Descartes, na segunda 'Meditação', não quer definir o homem como um animal racional, porque tal definição supõe explicitamente conhecidos os conceitos de racional e de animal: apresentando o 'Cogito' como uma definição, ele pretende, pois, conjurar todos os pressupostos objetivos que sobrecarregam os procedimentos que operam por gênero e diferença. Todavia, é evidente que ele não escapa de pressupostos de outra espécie, subjetivos ou implícitos, isto é, envolvidos num sentimento, em vez de o serem num conceito: supõe-se que cada um saiba, sem conceito, o que significa eu, pensar, ser. O eu puro do 'Eu' penso é, portanto, uma aparência de começo apenas porque remeteu todos os seus pressupostos ao eu empírico. E se Hegel já criticava Descartes por isso, não parece que ele próprio proceda de outro modo: o ser puro, por sua vez, só é um começo à força de remeter todos os seus pressupostos ao ser empírico, sensível e concreto. Tal atitude, que consiste em recusar todos os pressupostos objetivos, mas à condição de se darem pressupostos subjetivos (que, aliás, talvez sejam os mesmos sobre outra forma), é ainda a de Heidegger, ao invocar uma compreensão pré-ontológica do Ser. Pode-se tirar a conclusão de que não há verdadeiro começo em filosofia ou, antes, de que o verdadeiro começo filosófico, isto é, a Diferença, já é em si mesmo Repetição. (...)" - Capítulo 3 - A imagem do pensamento - O problema dos pressupostos em filosofia (Pág. 179)Gilles Deleuze graduou-se pela Universidade de Sorbonne (Paris), onde posteriormente lecionou. Também deu aulas nas universidades de Lyon e de Vincennes, na França. Foi influenciado por pensadores como Baruch Espinosa e Friedrich Nietzsche e criou conceitos fundamentais para a filosofia contemporânea. É autor de mais de trinta livros. A complexidade e importância de Diferença e Repetição extrapola em muito o nível de conhecimento e aprofundamento do editor deste espaço que, portanto, não considera este texto uma resenha, mas apenas uma apresentação resumida do livro.
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