Quem diria, 2018 foi o ano da poesia no Brasil
2018 acabou sendo o ano da poesia no Brasil, com prêmios importantes que refletiram uma produção consistente, principalmente pela atuação das editoras independentes e mesmo autores independentes, como foi o caso de Mailson Furtado que levou o prêmio Jabuti de livro do ano. O que dizer, quando até a prosa andou flertando com a linguagem poética no elogiado livro de estreia de Aline Bei. Segue uma seleção em ordem cronológica dos destaques nesta categoria, publicados no Mundo de K em 2018. Clique nos links para ler os textos completos.
Aline Bei - O Peso do Pássaro Morto
Resenha publicada em 18/03/2018
Livro vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2018, categoria autor estreante. Ao utilizar o efeito da distribuição das palavras na página impressa, a autora obtém um inusitado elemento de ritmo narrativo. Uma técnica que guarda algumas semelhanças com o trabalho de Matilde Campilho, no entanto surpreende aqui ao extrapolar o formato tradicional do poema e assumir a condução completa do romance. O livro foi o vencedor do prêmio Toca de Literatura, organizado pela oficina de criação literária de Marcelino Freire e lançado no ano passado em coedição pelas Editoras Nós e Edith.
Rita Balduino - O feito afaga o gesto
Resenha publicada em 11/10/2018
A forma e o conteúdo são partes inseparáveis neste livro da artista visual e poeta Rita Balduino. Um conjunto composto por sete livretos independentes que exploram a relação das palavras não somente com a diagramação na página, mas também com a gramatura da folha ou a transparência do papel, conforme o efeito desejado pelo poema. Um projeto de extrema sensibilidade da autora e executado com muita atenção pela Editora Patuá. Cada livreto guarda um conceito próprio a ser explorado pelo leitor por meio dos estímulos visuais.
Nuno Rau - Mecânica Aplicada
Resenha publicada em 12/10/2018
O carioca Nuno Rau foi um dos finalistas do Prêmio Jabuti 2018, categoria Poesia, com esta coletânea de poemas, Mecânica Aplicada, que insinua no título e na capa uma improvável conexão entre a cultura e a máquina. Bem, posso garantir, por experiência própria, que engenheiros e arquitetos não são insensíveis ao apelo da arte e que também ocorre muitas vezes da poesia se inspirar nas ciências exatas, mesmo que seja para subverter os mecanismos da realidade e encontrar um sentido – por meio da subjetividade da palavra – que justifique a existência do homem no mundo.
Mailson Furtado - à cidade
Postagem publicada em 09/11/2018
Livro vencedor do do Prêmio Jabuti 2018, o mais tradicional troféu literário do Brasil, na categoria Poesia e também escolhido pela organização como livro do ano. A obra "à cidade" foi publicada de forma independente, o que pode inspirar outros autores sem contratos com editoras. O próprio autor diagramou, editou e ilustrou a capa do volume. O livro é dividido em quatro partes — presente, pretérito, pretérito-mais-que-perfeito e futuro do pretérito —, com cenas cotidianas de uma cidade semelhante à sua, mas não há referência direta. Os versos falam de crianças acordando e indo para a escola, passeios na praça, ruas movimentadas e noites de boemia.
Adriane Garcia - Garrafas ao Mar
Resenha publicada em 02/12/2018
Neste seu quarto livro de poemas, a mineira Adriane Garcia trabalha com o espanto provocado pelas metáforas no curto espaço de manobra de seus poemas. Ela consegue encontrar a palavra desconcertante e exata, chegando até a essência da ideia, tateando imagens e sensações na imprecisa região do inconsciente. A linguagem é sempre coloquial e direta em Garrafas ao Mar, me fazendo lembrar da citação de um grande poeta brasileiro, Ferreira Gullar, que afirmava: "O poema tem que ser um relâmpago. Ele tem que iluminar a tua cara, bater na tua cara como uma coisa vital".
Marília Garcia - Câmera Lenta
Livro vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2018, categoria autor estreante. Ao utilizar o efeito da distribuição das palavras na página impressa, a autora obtém um inusitado elemento de ritmo narrativo. Uma técnica que guarda algumas semelhanças com o trabalho de Matilde Campilho, no entanto surpreende aqui ao extrapolar o formato tradicional do poema e assumir a condução completa do romance. O livro foi o vencedor do prêmio Toca de Literatura, organizado pela oficina de criação literária de Marcelino Freire e lançado no ano passado em coedição pelas Editoras Nós e Edith.
Rita Balduino - O feito afaga o gesto
Resenha publicada em 11/10/2018
A forma e o conteúdo são partes inseparáveis neste livro da artista visual e poeta Rita Balduino. Um conjunto composto por sete livretos independentes que exploram a relação das palavras não somente com a diagramação na página, mas também com a gramatura da folha ou a transparência do papel, conforme o efeito desejado pelo poema. Um projeto de extrema sensibilidade da autora e executado com muita atenção pela Editora Patuá. Cada livreto guarda um conceito próprio a ser explorado pelo leitor por meio dos estímulos visuais.
Nuno Rau - Mecânica Aplicada
Resenha publicada em 12/10/2018
O carioca Nuno Rau foi um dos finalistas do Prêmio Jabuti 2018, categoria Poesia, com esta coletânea de poemas, Mecânica Aplicada, que insinua no título e na capa uma improvável conexão entre a cultura e a máquina. Bem, posso garantir, por experiência própria, que engenheiros e arquitetos não são insensíveis ao apelo da arte e que também ocorre muitas vezes da poesia se inspirar nas ciências exatas, mesmo que seja para subverter os mecanismos da realidade e encontrar um sentido – por meio da subjetividade da palavra – que justifique a existência do homem no mundo.
Mailson Furtado - à cidade
Postagem publicada em 09/11/2018
Livro vencedor do do Prêmio Jabuti 2018, o mais tradicional troféu literário do Brasil, na categoria Poesia e também escolhido pela organização como livro do ano. A obra "à cidade" foi publicada de forma independente, o que pode inspirar outros autores sem contratos com editoras. O próprio autor diagramou, editou e ilustrou a capa do volume. O livro é dividido em quatro partes — presente, pretérito, pretérito-mais-que-perfeito e futuro do pretérito —, com cenas cotidianas de uma cidade semelhante à sua, mas não há referência direta. Os versos falam de crianças acordando e indo para a escola, passeios na praça, ruas movimentadas e noites de boemia.
Adriane Garcia - Garrafas ao Mar
Resenha publicada em 02/12/2018
Neste seu quarto livro de poemas, a mineira Adriane Garcia trabalha com o espanto provocado pelas metáforas no curto espaço de manobra de seus poemas. Ela consegue encontrar a palavra desconcertante e exata, chegando até a essência da ideia, tateando imagens e sensações na imprecisa região do inconsciente. A linguagem é sempre coloquial e direta em Garrafas ao Mar, me fazendo lembrar da citação de um grande poeta brasileiro, Ferreira Gullar, que afirmava: "O poema tem que ser um relâmpago. Ele tem que iluminar a tua cara, bater na tua cara como uma coisa vital".
Marília Garcia - Câmera Lenta
Postagem publicada em 07/12/208
Livro vencedor do Prêmio Oceanos 2018, Sinopse da Editora: "Depois de Teste de resistores, Marília Garcia dá continuidade à sua pesquisa sobre o processo poético. Na última parte de Câmera lenta, ela se dedica a uma profunda análise sobre as hélices do avião e sobre a vontade de decifração. O poema, aqui, é o lugar para experimentar, exercitar o pensamento 'ao vivo' e testar procedimentos novos, sempre em aberto. Para Italo Moriconi, que assina a orelha, trata-se de uma 'poética desbravadora, sofisticada, antenada'."
Livro vencedor do Prêmio Oceanos 2018, Sinopse da Editora: "Depois de Teste de resistores, Marília Garcia dá continuidade à sua pesquisa sobre o processo poético. Na última parte de Câmera lenta, ela se dedica a uma profunda análise sobre as hélices do avião e sobre a vontade de decifração. O poema, aqui, é o lugar para experimentar, exercitar o pensamento 'ao vivo' e testar procedimentos novos, sempre em aberto. Para Italo Moriconi, que assina a orelha, trata-se de uma 'poética desbravadora, sofisticada, antenada'."
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